Depois de mais de três décadas de espera e de várias promessas adiadas, a comunidade escolar de Mira de Aire, com o apoio da população e de entidades locais, pôs, literalmente, mãos à obra e deu início à construção do pavilhão da Escola Secundária da vila.
Os trabalhos começaram no final do último ano lectivo e têm envolvido professores, funcionários e “amigos” da escola, que querem dar aos alunos um “espaço condigno” para a prática da actividade desportiva, sobretudo durante o Inverno.
João José Almeida, coordenador da escola e um dos impulsionadores da iniciativa, conta que durante anos foi utilizado o gimnodesportivo da vila, com o transporte dos alunos a ser feito por uma carrinha da União Recreativa Mirense.
Só que a viatura deixou de poder assegurar esse serviço, por ter atingido o limite de idade, e desde há dois anos que, quando chove, as aulas de educação física decorrem no “pequeno” polivalente da escola. “Não temos condições para cumprir os conteúdos programáticos da disciplina”, reconhece o docente.
[LER_MAIS] O professor explica que a escola iniciou actividade em 1984 sem pavilhão nem ginásio, mas com a perspectiva de a estrutura ser construída posteriormente. Na ocasião, foram mesmo edificados balneários, que ficariam, no entanto, inacabados.
“No Governo de Durão Barroso foram lançados concursos para pavilhões em escolas, onde se incluía o de Mira de Aire, mas a obra não avançou”, conta João José Almeida, adiantando que, há cerca de três anos e meio, apresentou à Direcção-Geral dos Estabelecimentos Escolares (antiga Direcção Regional de Educação do Centro) um projecto de dimensões mais reduzidas, mas, “nem mesmo assim, avançou”.
Depois disso, foi feita uma nova proposta àquele organismo do Ministério da Educação para um pavilhão ainda mais pequeno. Só que, até agora “não foi possível a sua inclusão no orçamento da tutela”. Farta de esperar e após reunidos alguns apoios, a comunidade escolar decidiu pôr mãos à obra e avançar com a primeira fase do projecto.
“A Câmara cedeu o betão e o ferro para as fundações e nós asseguramos a mão de obra, contando com o apoio de algumas empresas e particulares. Por exemplo, os serviços de topografia foram-nos oferecidos, a Junta de Freguesia emprestou-nos numa pequena escavadora e temos um arquitecto, o mesmo que realizou o projecto, que está a fazer o acompanhamento da obra”, revela João José Almeida, adiantando que o agrupamento disponibilizou também uma verba para a obra.
Segundo o professor, para já a meta é concluir os trabalhos relacionados com as fundações, para depois “convencer” a tutela a apoiar a cobertura e a colocação do pavimento.
A estrutura “está preparada para um pavilhão com dimensões para jogos oficiais ou para um mais pequeno, apenas para a prática de educação física”, explica o docente, que acredita que, com a mobilização da comunidade e o apoio institucional, será possível concretizar a velha aspiração de dar aos alunos um espaço “condigno” para as aulas de educação física.