Transformar em parque verde um pecuária que está situada junto ao rio Lena é uma das intenções da Câmara da Batalha que anunciou hoje que pretende “encetar o processo de aquisição” da exploração, “que actualmente comporta um risco elevado de poluição e avançar com a construção de um novo parque verde junto da actual Ecovia do Vale do Lena”.
“A autarquia tomou conhecimento da intenção de reabertura de pecuária na zona do Crasto, Batalha, junto ao rio Lena e cujo licenciamento está a ser analisado positivamente pela Direcção Regional de Agricultura, situação que conhece a oposição da Câmara por se localizar em zona sensível em termos ambientais, junto a um açude que queremos valorizar e nessa medida iremos proceder a aquisição daquela exploração, para construção naquele local de um novo parque verde”, esclarece em comunicado o presidente da autarquia, Paulo Batista Santos.
A acção foi aprovada por unanimidade na reunião da Câmara Municipal realizada ontem, segunda-feira, dia 12.
O executivo conferiu poderes ao presidente da Câmara para “desenvolver as acções necessárias para a concretização da aquisição, designadamente proceder à avaliação técnica das instalações em causa e promover as diligências para o desenvolvimento do projecto do novo Parque Verde do Vale do Lena, com uma estimativa de investimento a rondar os 150 mil euros, acrescidos do valor de aquisição da exploração pecuária.
Paulo Batista Santos esclarece que já existiu um primeiro contacto com o proprietário da pecuária, “com resultados positivos”. “Estamos confiantes da possibilidade de um bom acordo para a autarquia, mas sobretudo será uma oportunidade de colocar um ponto final num processo de risco ambiental que tem décadas e sem conhecer qualquer resolução.”
A pecuária está a preparar a retoma da actividade, porém, segundo a autarquia, não dispõe de “capacidade própria para tratamento de efluentes”.
Localizada junto ao rio Lena e de zonas residenciais, a Câmara Municipal teme que possa constituir um foco potencial de poluição das linhas de águas e de contaminação de solos.
“Como o processo de regularização do licenciamento está numa fase final, mesmo tendo presente o parecer desfavorável da autarquia, esta decisão de aquisição será também um derradeiro recurso para impedir um novo risco ambiental pela retoma de uma suinicultura sem a adequada valorização ambiental dos resíduos e efluentes”, refere uma nota da autarquia.