Onde é que se sente como peixe na água: no palco ou na piscina?
O que é preciso é desfrutar do ambiente e nadar livremente, como qualquer peixe que se preze. No palco tenho que ter o cuidado de me sincronizar com outros peixes e com grandes cardumes que avaliam o meu nado.
Água doce ou mar aberto?
Mar aberto porque tem mais possibilidades e menos limites. O poder mergulhar em alguns locais dá-nos uma sensação de leveza e serenidade, que só o mar nos pode proporcionar.
Alguma vez lhe chamaram o Ronaldo do pólo aquático?
Nunca me aconteceu. Além do mais, quando eu jogava, certamente que o Ronaldo ainda usava "braçadeiras". No entanto se tal acontecesse era motivo de orgulho ser comparado a uma das maiores referências desportivas de todos os tempos.
Tinha alguma alcunha na selecção nacional?
Nenhuma, o que, pensando bem, é um pouco estranho.
Melhor momento da carreira com a touca das quinas?
Todas as vitórias eram especiais, especialmente as inesperadas. Independentemente das dificuldades, ia sempre "à luta" e algumas vezes a surpresa acontecia. O pólo aquático em Portugal está a evoluir e têm acontecido resultados bastante interessantes. Já não jogo, mas o "bichinho" ficou para sempre. Ainda no outro dia assistia a um jogo da selecção e se me pedissem para entrar na água acedia imediatamente. No dia seguinte é que não me iria sentir muito confortável, se é que me percebem…
Porquê trocar Lisboa pela Marinha Grande?
Procurar melhor qualidade de vida, o que encontrei facilmente, graças a esta terra e às gentes da Marinha Grande e de Pataias, que me acolheram sem reservas. Adoro morar nesta zona e aconselho vivamente a todos que experimentem, que arrisquem, pois não se irão arrepender.
Não há défice de inspiração?
Pelo contrário, a beleza deste local é propícia à inspiração (e expiração). Observar o mar é sempre um interruptor para a alma.
Um antigo atleta de alta competição enfiado nos gabinetes municipais. É desta que começa a engordar?
Nem pensar. Além do mais tenho que defender a minha equipa dizendo que se trabalha muitíssimo e que por vezes o tempo para almoço é curto. O saber trabalhar em conjunto e respeitar os outros e o seu esforço é fundamental para que as coisas resultem. A família ensinou-me estas coisas e o desporto consolidou-as.
Foi contratado para dar música ou para marcar golos?
Para marcar muitos golos, para levar todos os "adeptos" a perceberem que também podemos ganhar campeonatos, embora outros tenham "plantéis" maiores. O que é preciso é eficiência e muita vontade.
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Um risco que se orgulha de ter assumido?
Muito, muito orgulho pelo convite. Não senti que fosse um risco mas sim uma grande oportunidade de participar num projecto que nos traz responsabilidades perante a comunidade. E as pessoas merecem claramente o nosso melhor.
Também canta no chuveiro?
Claro que sim! Quem diz que não, está a mentir. Aliás no chuveiro todos podemos ser cantores de classe mundial de forma desinibida ou confrangedora conforme os casos.
Com quem gostava de fazer um dueto?
Bruce Springsteen, porque canta e sente as palavras como ninguém. Se têm duvidas, aconselho um concerto. É realmente marcante pela imensa entrega e pelos textos.
Música e desporto: dois amores e não sabe de qual gosta mais?
Vivo bem com os dois sabendo que farão sempre parte da minha vida. E ainda bem…
Uma memória: Chuva de Estrelas ou Festival da Canção?
Sem dúvida, Chuva de Estrelas, embora tenha participado em três edições do Festival da Canção que me trazem muito boas memórias. O Chuva de Estrelas foi realmente o inicio de uma etapa muito especial, em que me confrontei inesperadamente com um dom que me foi concedido de forma altruísta, perante o qual estarei sempre eternamente grato.
Vamos pedir emprestados os títulos dos álbuns: o fascínio ou a verdade?
Sempre a verdade, porque é intensa, por vezes sofrível, mas sempre libertadora. Além do mais, quem “diz a verdade não merece castigo”, e eu não gosto de ser castigado.
E também os títulos das canções: do que nunca se esquece?
Da família e dos amigos e de todos os que partilham e que já partilharam esta vida comigo. Sei que alguns deles irão ler estas palavras, portanto aproveito mais uma vez para dizer: obrigado!
Onde vai buscar o balanço?
Precisamente à família e aos amigos, que estão sempre presentes nos bons e maus momentos. São eles que nos equilibram e que nos dizem “presente” quando mais precisamos.
Quando lhe propõem um desafio novo, molha o pé para ver se a água está fria ou mergulha de cabeça?
Não mergulho imediatamente de cabeça. Tento saber primeiro da eventualidade de me poder constipar. Se tiver de ser de cabeça que seja da prancha.
A quem gostava de dar voz?
A todos os que não o conseguem fazer por si, infelizmente muitos…
É um romântico incurável?
Incurável. É boa esta "doença", que nos faz tão bem. Viva o romantismo!
Naturalidade: Lisboa
Residência: Marinha Grande
Formação: Contabilidade e Gestão Desportiva
Ocupação: Adjunto no gabinete da presidência da Câmara Municipal da Marinha Grande