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O JORNAL DE LEIRIA fez uma ronda pelo distrito, com um salto a Ourém e Fátima, para criar um roteiro, onde lhe damos a conhecer alguns dos destinos que marcam o turismo local.
São locais onde o doce ócio é rei, refúgios para quem não gosta de sentir a areia a enfiar-se em todo o lado, atirada por crianças e vizinhos de toalha irrequietos. São destinos para os que preferem a tranquilidade da serra ao azul profundo do mar.
Calma… Também temos coisas boas para quem não concebe a existência sem sentir os doces e dourados grão de areia a fazer cócegas na planta do pé ou sem os mergulhos retemperadores, nas frígidas e bravias águas escuras do Atlântico.
Neste artigo, fazemos ainda sugestões de vários locais para aprofundar conhecimentos gastronómicos locais. Naturalmente, esta jamais poderá ser uma lista exaustiva, dada a quantidade de excelentes sítios na região, para quem pretende refugiar-se do stress do quotidiano.
Alcobaça, terra de monges
Comecemos o roteiro por ordem alfabética. O primeiro concelho que nos surge é Alcobaça e o seu termo territorial intrinsecamente ligado aos monges de Cister, com uma extensa costa que conta com praias de eleição como Água de Madeiros, Pedra do Ouro, Vale Furado, Paredes de Vitória ou São Martinho do Porto.
O Mosteiro de Santa Maria e a grande praça frontispícia não precisam de elaboradas descrições, pois fazem parte do postal ilustrado que é a imagem mental que todos temos desta cidade, porém, asseguramos-lhe que há muito mais para ver no concelho.
Na aldeia de Chiqueda, a dois paços da cidade, o parque onde os monges beneditinos faziam o recobro da “loucura quotidiana”, abriu as suas portas ao glamping. Glamour no camping? Mas isso é possível? Sim, é. Se gosta do ar livre e não passa sem o luxo de um hotel de quatro ou cinco estrelas, esta é a solução ideal.
As grandes tendas foram dispostas junto ao Lago das Freiras, com um pé na água e muito sossego à volta, é o desafio que o Parque dos Monges faz. As tendas incluem chão em madeira, cama de casal e zona de estar com mesa e cadeiras de relaxamento. Se preferir um tecto sólido sobre a cabeça a nossa sugestão vai para o Your Hotel and SPA, também pertinho de Alcobaça.
O espaço diz ser “um mimo aos sentidos”, que proporciona o encontro perfeito entre o bem-estar, a saúde e a beleza. Se eleger este espaço para pernoitar, as preocupações ficam à porta. De Alvaiázere a Ansião Em ziguezage, viajemos, alfabeticamente, até à vila de Alvaiázere. Aldear parece um verbo saído da mente criativa do escritor moçambicano Mia Couto, para descrever a vivência na aldeia, longe da azáfama urbana.
Na realidade, é um regionalismo para o acto de passear para matar o tempo e é também o nome de um dos locais especiais que o JORNAL DE LEIRIA elegeu na região nordeste do distrito. O vale onde esta vila se submete ao sol de Verão, aparece-nos após atravessarmos a bela Serra de Sicó (a viagem visual seria perfeita, não fossem as feias crateras das pedreiras junto a Pombal).
Seguimos até ao centro da vila, onde se ergue a centenária igreja local e o alvo coreto que é imagem de marca de Alvaiázere. Aí, na rua Conselheiro Furtado dos Santos, o número 16 esconde o Aldear. O turismo rural, inaugurado em 2013, pertence a Sofia Gonzaga que, um dia, deixou Lisboa para trás, com o intuito de transformar a casa dos avós num espaço hoteleiro de excelência.
Aqui há três espaços – Branca de Neve, Casa Azule Casa do Sótão- que podem ser ocupados por famílias com filhos e que estão decoradas com cores, temas e três poetas diferentes (Bocage, Florbela Espanca e Pessoa).
Lá em cima, na Casa do Sótão a vista para a Serra do Anjo da Guarda é como um bálsamo para os corpos exaustos e a piscina ali ao lado é um convite para uma lânguida tarde. Mas se esse pecado não faz parte do seu ADN, recordamos que o Aldear fica nas Terras de Sicó, ricas em gastronomia, vistas de desnortear e património à espera de ser visitado.
As ruínas romanas de Conimbriga e de Sellium (Tomar) clamam pela sua atenção. O Nabão ali perto e a piscina fluvial do Agroal são inevitáveis, mas já lá iremos. Rumemos ao concelho de Ansião, ali ao lado. Recomendamos uma ida à Igreja Matriz de Chão de Couce para admirar o Retábulo de Malhoa, pintado pelo mestre em 1933, representando Nossa Senhora da Consolação. Foi a sua última grande obra, antes de morrer.
O queijo do Rabaçal é um dos maiores atractivos deste território. Embora ostente o nome dessa vila do concelho de Penela (distrito de Coimbra), o endógenol produto dever-se-ia chamar “queijo do Sicó”, tal a quantidade de locais onde é produzido e pode ser degustado. Sugerimos uma ida a Ansião e, junto à Câmara Municipal, fazer a vontade às papilas gustativas.
A visita não fica concluída sem uma deslocação ao Centro Interpretativo da Nascente do Nabão, a Santiago da Guarda e à villa romana que o velho palácio dos Castelo Melhor esconde nas suas fundações e ao remate da Serra de Sicó.
Da Batalha ao sul
Viajemos para sul e para o próximo destino alfabético. A vila da Batalha e o seu mosteiro enchem a vista, mesmo na berma do IC2. Sugerimos seguir em direcção à aldeia do Reguengo do Fètal, para descansar da viagem num dos alojamentos locais.
O escolhido é a Pia da Ovelha House. Recentemente aberta, esta unidade conta com a vantagem de estar situada num local estratégico, com vista para o casario e a serra.
A natureza e a tipicidade desta localidade são os seus maiores argumentos. As pessoas são simpáticas e, nos pequenos cafés locais, há sempre motivos para uma animada conversa. A igreja local e o santuário merecem uma visita, mas o maior motivo de atracção são as grandes formações cársicas na Pia da Ovelha, um pequeno vale na serra para onde se acede por um agradável caminho pedestre.
Aí, é possível praticar escalada ou admirar a vista. E por falar em vistas, fica o desafio de seguir por uma das pistas pedestres ou de BTT em direcção à aldeia da Torre, ascendendo até ao zénite do Cabeço da Maúnça, a mais alta elevação das redondezas, com 435 metros de altitude, e de onde a vista se estende da terra até ao mar… nos dias de boas condições meteorológicas.
De volta à Batalha, e após a incontornável visita ao mosteiro, impõese um café e um bolo numa das várias esplanadas da localidade. É preciso ganhar forças para a ida ao Museu da Comunidade Concelhia da Batalha, espaço que foi considerado como o Melhor Museu Português, em 2012, pela Associação Portuguesa de Museologia, e ao Centro da Primeira Posição do Exército Português, infraestrutura que integra o Centro Interpretativo da Batalha de Aljubarrota.
Findo este percurso, voltemos à estrada, em direcção ao Bombarral – poderíamos sugerir uma ida em comboio, mas a má qualidade das ligações ferroviárias desaconselham-no. Nesta vila, sugerimos ficar numa unidade de turismo rural, como A Casa do Poeta, paredes meias, com os vinhedos e pomares de pêra rocha.
Aliás, quem visita o Bombarral sabe que bom vinho e adegas premiadas são fáceis de encontrar. É obrigatória uma ida ao maravilhoso Teatro Eduardo Brazão, um exemplo de arquitectura único, inspirado pela art nouveau. Dizem que a churrasqueira com o melhor frango do País é Os Sócios, no Bombarral. Desafiamo-lo a descobrir por si mesmo.
De alma e corpo saciados, nada como uma pequena viagem até à aldeia-estúdio do Carvalhal, que foi, durante ano, a Beirais, da série televisiva Bem-Vindo a Beirais. Poderá passear pelas mesmas ruas, praças e cafés que as famosas personagens da aldeia do pequeno ecrã.
Após levantar arraiais do Bombarral, uma pequena viagem leva, pela A8, até Caldas da Rainha. Na época estival, o destino mais comum de quem chega a esta cidade são os Museus José Malhoa e da Cerâmica, a Loja da Fábrica Bordallo Pinheiro, o Parque D. Carlos I e uma escapadinha até à Foz do Arelho, para dar matar a sede de mar.
O JORNAL DE LEIRIA sugere ainda um passeio pela Rota da Cerâmica, onde estão em destaque várias peças de ceramistas locais e a obra de Bordallo Pinheiro, e um espectáculo no Centro Cultural e de Congresso local, que conta com uma agenda recheada de eventos de qualidade.
A caminho do próximo destino, no ponto mais a norte do distrito, impõese um saltinho a Salir do Porto, praia que partilha com São Martinho do Porto, a bela e calma baía em anel perfeito. Salir é um local calmo, de areia dourada e águas pacíficas, ideal para levar a família e os filhos pequenos. Se se sentir aventureiro, propomos um percurso pedestre pela arriba que separa a localidade do agreste Atlântico.
A vista, espartilhada entre o azul profundo do mar, o verde dos pinheiros contorcidos pela maresia e os rochedos avermelhados, fica na memória. Em direcção a norte, novamente pelo IC8, Castanheira de Pera surgenos ao caminho.
Antes deste Verão, o verde dos eucaliptais pintava o horizonte, mas, após os incêndios de Junho, a paisagem tornou-se cinzenta, monocromática, aliviada apenas pelo alegre verde dos carvalhais e sobreirais que resistiram à tempestade de fogo.
Além da piscina de ondas artificiais, no centro da vila, são estes pequenos oásis que valem uma ida ao concelho. Na aldeia do Coentral, os animais selvagens, como os veados, lontras e esquilos, a escalada, o canoyning – quando há água suficiente -, e as vistas para a Serra da Lousã, a partir da ermida de Santo António das Neves, são razões suficientes para uma visita demorada.
Perto da vila, a praia fluvial de Poço Corga é mais um espaço que merece o nosso tempo. Para retemperar as forças, sugerimos rumar até à próxima letra do alfabeto. Figueiró dos Vinhos, a poucos quilómetros de distância promete vitualhas de qualidade e alojamento único, com vista para o rio Zêzere.
Para quem se sentir mais à vontade rodeado de paredes e um tecto, sugerimos o Hotel Rural Solar das Freiras, a poucos passos da velhinha Fábrica de Pão-de-Ló de Figueiró dos Vinhos, junto ao centro histórico (também sugerimos o pão-de-ló, é claro). Se gosta de ar livre, tem de passar a noite na margem do Zêzere, em Foz de Alge.
Os desportos aquáticos e a vista para a albufeira são razões de sobra para demorar mais algum tempo. Já a nossa sugestão de local para comer obriga a uma pequena deslocação até à única aldeia do xisto do distrito, Casal de São Simão, e ao Varandas de São Simão.
Se for com tempo, além de visitar a aldeia, aconselhamos uns mergulhos nas águas revigorantes da praia fluvial de Fragas de São Simão ou na de Ana de Aviz, também ali perto.
Em direcção à cidade do Lis De manhã bem cedo, com o Zêzere ainda a soltar a bruma matinal, sugere- se um regresso à estrada, desta vez, até ao centro da Alta Estremadura e à capital do distrito.
Em Leiria, já se sabe, a vista do Paço da Rainha, no castelo, sobre a cidade é sempre uma oportunidade fotográfica, mas, dependendo da época da visita, pode ser uma oportunidade única de participar na recriação história da Leiria Medieval (Julho) ou do festival gótico Entremuralhas (final de Agosto), ou de se perder num das centenas de eventos que acontecem ao longo do ano.
Em termos de circuito oficial de visitas, os museus da cidade, com destaque para o multipremiado Museu de Leiria são sempre uma boa aposta. Este ano, porém, a cidade do Lis conta com um novo espaço que merece uma deslocação. Falamos do recém-inaugurado Centro de Diálogo Intercultural, criado na Igreja da Misericórdia, no local onde se situaria, no século XV, a antiga sinagoga judaica.
Deste centro, faz parte ainda a Casa dos Pintores, que exibe uma réplica da prensa tipográfica criada por Gutenberg para fazer a primeira impressão moderna de um livro, e que seria semelhante à utilizada pelo tipógrafo judaico Orta, em Leiria, para produzir o primeiro livro impresso não religioso em Portugal, o manual matemático Almanach Perpetuum, de Abraão Zacuto, usado para navegção nos Descobrimentos.
A oferta hoteleira da cidade convida a uma estada e uma bebida numa das esplanadas da Praça Rodrigues Lobo. Para dormir, além das unidades hoteleiras tradicionais, há estabelecimentos que primam pela diferença.
No centro histórico, bem perto da animação nocturna, existe o Atlas Hostel, que é também ponto de encontro da população mais jovem. A dez minutos de caminhada, na calma do Largo da Infantaria 7, encontramos o Most Art Boutique Hostel, que prima pela decoração feita com pinceladas e obras de artistas plásticos locais.
Devido ao seu tamanho compacto, Leiria é uma cidade que convida a longos passeios pelas rua e vielas ou pelo Polis, junto ao Rio Lis. Antes de abandonar as terras do concelho, falta um passeio retemperador pelo Vale do Lapedo e visita ao centro interpretativo local, onde ficará a saber tudo sobre um dos mais importantes achados arqueológicos do Mundo (ver caixa).
A meros 10 quilómetros de distância, a Marinha Grande é conhecida pelas lutas proletárias, pelo vidro e pelas suas praias, com destaque para São Pedro de Moel e a sua arquitectura sui generis, e para a Praia da Vieira e o seu Arroz de Marisco, que é uma das 7 Maravilhas da Gastronomia de Portugal.
Da arte de soprar o vidro, há, na actualidade, poucos locais onde artesãos ainda dão formas, com saber e fôlego, à massa vítrea incandescente, pelo que, para conhecer a arte que deu origem à cidade, é preciso ir ao Museu do Vidro, ou a um dos ateliers de vidro manual que ainda persistem. Cultura viva da “Praia” A letra que se segue no roteiro é um exemplo único de cultura e tradição vivas.
A Nazaré fica a apenas 20 quilómetros de São Pedro de Moel, pelo que, desta vez, aconselhamos a deixar ficar para trás o carro e pedalar pela ciclovia da Estrada Atlântica, em direcção à “Praia”. Pelo caminho, vai encontrar outras zonas balneares de areias limpas, restaurantes com menus cuidados e vistas magníficas sobre o oceano.
No parque atlântico, junto à Praia do Norte, já com o santuário do Sítio da Nazaré no campo de visão, os mais pequenos podem visitar os veados para, em seguida, assistir aos big wave riders a treinar naquela que, no Inverno, é a maior onda registada do Mundo. Para ficar, pode sempre arrendar um dos numerosos “chambres, rooms e zimmers”, escolher um hotel ou dar uma hipótese ao Airbnb. A Praia merece.
São incontornáveis as visitas à lagoa de Fanhais, junto a Valado dos Frades (leve fato de banho) e às alturas do Monte de São Bartolomeu, em cujo sopé, ainda hoje, se faz a semi-pagã Festa das Chouriças. Lá de cima, até onde a vista abarca, o azul do mar funde- se com o verde do pinhal, com os cabeços da Serra dos Candeeiros ao longe, como sentinelas silenciosas. Rumemos a sul, até à letra O e até a uma pequena “batota”.
Em Óbidos, elegermos o sofisticado Hotel Rio do Prado para ficar. Cultura, arquitectura, sustentabilidade ambiental, SPA, gastronomia e agricultura biológica são apenas algumas das razões para procurar este espaço e ainda nem falámos do conforto. Se pretende descansar do stress das suas férias, este é o local indicado.
Junto à Lagoa de Óbidos, neste conceito de alojamento cada hóspede pode medir a sua pegada ecológica. A água dos banhos também é reaproveitada. Se preferir ficar na vila, o mais antigo hotel de Óbidos, o The Literary Man, faz da cultura a sua mais-valia, o que só enriquece a localidade medieval que, recentemente, alcançou o título de Vila Literária.
O casario fervilha de actividade e há sempre algo para fazer, quanto mais não seja, jogar golfe num dos greens da região. Dissemos que iríamos fazer uma “batota”? Confirma-se!
Em vez de deixarmos Peniche para o fim da lista, aproveitamos a proximidade de Óbidos e aceleramos para visitar a cidade piscatória, onde o sol, o mar e o surfsão uma religião com milhares de adeptos.
Não vamos dizer que é obrigatória uma visita ao arquipélago das Berlengas, para ver as aves, fazer praia, mergulhar com os peixes em águas cristalinas e visitar grutas marinhas… porque já toda a gente sabe que sim e não queremos chover no molhado. Vamos, contudo, dizer que a cidade merece uma incursão a pé, pelas apertadas ruas do bairro dos pescadores.
Chegados a Peniche, nada como recuperar a estâmina com alguns petiscos. A conselho dos locais, apontamos para o Bóina Verde, um local de ambiente típico e familiar, onde os mexilhões e os caracóis são bem temperados e acompanhados de frescas cervejas. Fica mesmo ao lado do edifício dos Paços de Concelho.
Para desenjoar das praias que todos conhecem, sugerimos a praia do Portinho da Areia – Sul. Esta é uma zona balnear que fica dentro da cidade, embora não seja concessionada.
É frequentada pelo povo local e as cenas dos miúdos a mergulhar do pequeno cais fazem lembrar um saudoso filme dos anos 80. Também é um bom local para uma mariscada a ver as traineiras a passar para as Berlengas.
Quase no fim do alfabeto
Chegámos à última parte da nossa viagem. Começamos por uma incursão no território do distrito de Santarém. Ourém/Fátima podem pertencer a outra divisão administrativa, mas fazem parte da Alta Estremadura e de um território unido pela cultura, genética, gastronomia e tradição. Em ano do centenário das visões dos pastorinhos, não há como evitar uma visita à cidade-santuário e ao recinto de Fátima.
É como se uma força telúrica nos atraísse irresistivelmente. Paga a promessa – e vela acesa -, é tempo de seguir até ao Monumento Natural das Pegadas dos Dinossauros e ver como era a Terra há 175 milhões de anos.
Após comparar o tamanho das pegadas dos dinossauros com o dos nossos próprios membros, é tempo de descer a serra e seguir para as terras do conde de Ourém. A vila e o velho castelo medieval surgem no horizonte a convidar para uma visita. Façamo-lhes a vontade.
Na Ourém antiga, temos oportunidade de provar a famosa ginja – em Óbidos também há, mas é diferente, dizem. Descendo para o vale não há como não ir à cidade provar a gastronomia local. Se a Ucharia do Conde, na antiga prisão da cidade, estiver de portas abertas, há que aproveitar. Para repousar o corpo e a mente, sugerimos o Colina dos Piscos, "uma casa romântica do século XIX que transpira histórias", em Seiça.
Abriu há pouco para o mercado do turismo residencial e eventos empresariais e sociais, tendo como mais-valias, o "pinhal a perder de vista, a vinha, o olival, um lago com cascatas e a uma envolvente que convida a passeios de bicicleta e a caminhadas nocturnas para ver as estrelas".
A praia fluvial do Agroal fica pouco depois, na freguesia de Formigais, já com um pé em Alvaiázere. O rio Nabão e as águas geladas de uma exsurgência cársica congeminaram para criar este sítio, com afamadas propriedades termais para as doenças de pele.
A toda a volta, a floresta autóctone, ainda com pouco eucalipto, convida a passeios pedestres. De volta à estrada, seguimos para Pedrógão Grande. Os incêndios recentes não conseguiram desfear a bela vila, com raízes que são mais antigas do que a presença romana. A praia fluvial da albufeira do Cabril e o parque de campismo local são dois excelente locais de veraneio.
No concelho, há também unidades de turismo rural, mas se preferir o conforto de um hotel, sugerimos um salto à outra margem do Zêzere e uma subida ao Hotel da Montanha, em Pedrógão Pequeno, já no distrito de Castelo Branco. Com uma oferta de qualidade e uma vista magnífica sobre a albufeira é um mais um local aprazível que deve constar nesta lista. Os dois últimos P do roteiro ficam a sul.
Pombal é o primeiro concelho. As casas brasonadas da vila da Redinha, com a sua piscina fluvial no rio Anços e a escalada na Senhora da Estrela são pontos de passagem obrigatória. Já a cidade de Pombal exibe um centro histórico limpo, vivo e com esplanadas próprias para um preguiçoso fim de tarde.
O castelo e as igrejas também merecem uma visita. Se gosta de praias sem construções e areal a perder de vista, aconselhamos uma ida ao Oeste do concelho e à Praia Dourada do Osso da Baleia. E seguimos para o último concelho da nossa viagem: Porto de Mós.
Porque o 632.º aniversário da Batalha de Aljubarrota – que afinal até aconteceu em São Jorge, Porto de Mós, -, que se celebra no dia 14, está à porta, a primeira paragem é no CIBA.
Ali, um dos melhores conteúdos multimédia a nível nacional explica a crise de 1383-85, que haveria de solidificar a identidade portuguesa como um país independente na Península Ibérica e desfazem-se alguns mitos acerca de tácticas do quadrado e do número real de combatentes em campo.
Porto de Mós é um concelho dominado pela natureza e por paisagens e recordações que não [LER_MAIS] se guardam em fotografias. Extravasam e ficam marcadas no coração, porque o Parque Natural das Serras de Aire e Candeeiros escondem segredos.
Um deles é o Cooking&Nature Emotional Hotel, em Alvados. Gastronomia, ateliers de cozinha e um ambiente requintado são algumas das ofertas. Outro, são os percursos pedestres, onde se encontram animais raros e “pedras de bicho”, como os habitantes locais chamam aos fósseis.
Do outro lado da crista rochosa de Alvados, impõe-se uma visita às lagoas do Arrimal para terminar o roteiro.
Bons passeios.