“Há uma unidade de compostagem no concelho de Ansião, na freguesia de Santiago da Guarda, muito próximo da divisão de concelhos, que tem um impacto sobre as populações locais. (…) Desde o início da operação daquela unidade, começaram a existir cheiros nauseabundos”, foi assim que o Luís Simões, vereador do PS, na Câmara de Pombal, iniciou um alerta na última reunião de Câmara de Pombal, para o problema noticiado pelo JORNAL DE LEIRIA na semana passada.
A unidade, referiu, foi vendida a um grupo empresarial e “os cheiros aparecem de forma cirúrgica à noite e aos fins-de-semana e, apesar das queixas efectuadas pelas populações, tanto de Santiago da Guarda [Ansião], como na freguesia de Abiul [Pombal], às instituições oficiais responsáveis”, não houve ainda solução para o problema.
O autarca sublinhou que a maior parte das pessoas são idosas e têm dificuldades de permanecer na rua devido ao mau cheiro.
Alertou ainda o restante executivo ser “importante” falar com os moradores afectados, apesar de a unidade estar sediada num município vizinho e indagar junto das entidades competentes o que se passa para a “situação ser resolvida definitivamente” e “devolver a qualidade de vida”.
A Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Centro (CCDRC) respondeu ao JORNAL DE LEIRIA que foi efectuada uma vistoria no dia 4 de Janeiro do ano passado, para a verificação das condições necessárias para a emissão do Título Único Ambiental.
A unidade produz “um correctivo orgânico designado por “Biociclo Sicó” a partir de “lamas de depuração urbanas, lamas celulósicas, estrumes de aviário, resíduos de tecido animal, cascas de ovo, biomassa florestal, materiais impróprios para consumo ou processamento da indústria do leite e panificação”.
Terão sido técnicos da Agência Portuguesa do Ambiente, através da Administração Hidrográfica do Centro a visitar o espaço e verificaram, naquele momento “não haver odores no exterior do edificado e no percurso até à unidade.”
A CCDRC avisa que “actualmente não existe, em Portugal, legislação que regulamente a libertação de odores e que obrigue os operadores a fazer estudos que permitam aferir ultrapassagens de valores limite estabelecidos “para maus cheiros”.