Na segunda-feira, foi uma baleia com cerca de 18 metros de comprimento que deu à costa em Vale Furado. Três dias depois, mais a Sul, em Peniche, o mesmo aconteceu com uma tartaruga-de-couro, que surgiu, já em decomposição, na praia da Gamboa.
Para os menos atentos, este pode parecer um fenómeno, mais ou menos raro. Mas não é. E, a 'culpa', está, em muitos casos, na interacção dos animais com as designadas artes de pesca. Desde 2000, ano em que passaram a ser feitos os registos de animais arrojados, na área de influência da capitania da Nazaré, ou seja, entre o Pedrógão e São Martinho do Porto, apareceram mortos no areal 227 cetáceos (ordem dos mamíferos marinhos à qual pertencem os golfinhos e as baleias) de 13 espécies.
De acordo com dados do Centro de Reabilitação de Animais Marinhos de Quiaios (CRAM-Q), o golfinho-comum (delphinus delphis) é a espécie que mais arroja, estando identificada em 55% dos casos detectados durante aquele período.
Seguem-se o boto (17%), uma espécie em situação crítica em termos de conservação, e as baleias de barbas (3,5%). Em menor percentagem, foram também detectados exemplares de golfinho-riscado e roaz.
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