Os historiadores Fernando Rosas, lrene Pimentel e José Pacheco Pereira, os antigos ministros Paulo Portas (CDS-PP) e Luís Amado (PS) e o almirante Gouveia e Melo, chefe do Estado Maior da Armada, são alguns dos oradores do ciclo de conferências que, este ano, vai decorrer em Porto de Mós para assinalar os 50 anos da Revolução dos Cravos.
Também já confirmados estão o politólogo e investigador António Costa Pinto e a presidente da Estrutura Nacional de Missão das Comemorações do 50º aniversário da Revolução do 25 de Abril, Maria Inácia Rezola.
A decorrer de até Novembro deste ano, a iniciativa começa já este mês, com a conferência inaugural, a realizar no dia 27, com Luís Amado, que preside à Comissão de Honra das comemorações no concelho e que abordará o tema “25 de Abril 50 anos depois. A democracia do mundo em guerra”.
“Não podemos deixar de reflectir sobre o 25 de Abril à luz do que é o mundo hoje, dos riscos com que nos confrontamos, em termos de segurança internacional. Estamos num mundo à beira da guerra. Toda a reflexão sobre a convivência democrática de uma comunidade e de uma nação é oportuna, mais do que nunca”, afirmou Luís Amado, esta segunda-feira, durante a apresentação do programa das comemorações. Um programa que o antigo governante considerou “muito oportuno”, quer pelo “naipe” de oradores convidados, quer pela oportunidade de “reflexão sobre os aspectos históricos do 25 de Abril, mas, sobretudo, sobre a relação da história como o futuro”.
“Não podemos nem queremos esquecer a história”, disse, por seu lado, o presidente da Câmara de Porto de Mós, Jorge Vala, que sublinhou a “obrigação” de “escrever a história com aqueles que a viveram” e de “ensinar aos jovens que podem usar palavras como liberdade e democracia porque alguém, há 50 anos, decidi arriscar até a própria vida”.
Sessões de partilha de memórias
Além do ciclo de conferência, o programa de comemorações contempla sessões de “partilha de memórias”, a realizar nas freguesias, dando continuidade ao trabalho desenvolvido no ano passado. Está também prevista a edição de um catálogo, que reúne fotografias, objectos e testemunhos recolhidos na comunidade local. Segundo Kevin Soares, historiador e membro da comissão executiva das comemorações, a publicação contará “com 212 elementos, 167 documentos, 46 objectos e 128 relatos em discurso directo relacionados com a revolução e o tempo da ditadura em Porto de Mós”
A edição deste ano do Festival de Teatro de Rua de Porto de Mós, a realizar em Agosto e Setembro, será também dedicada ao 25 de Abril, com os grupos do concelho a serem desafiados a escrever e a representar textos sobre a temática, também “em ligação com a comunidade escolar”, adianta o vereador da Cultura Eduardo Amaral.
Do programa de comemorações, que se culminará em 2024, ano do cinquentenário da Revolução, fará ainda parte a publicação de uma obra final com três dossiers temáticos: História, Arquitectura e História da Arte e Relações Internacionais. Haverá também exposições com base nas recolhas feitas na comunidade local.