“É necessário investir, com urgência, para garantir um acesso mais equitativo aos cuidados de saúde.” Esta foi uma das reivindicações deixadas por Gonçalo Lopes na apresentação do Plano Nacional de Saúde em Leiria.
O presidente da Câmara de Leiria criticou que existam “grandes desigualdades, no território nacional, no que toca à prestação de cuidados de saúde”.
“Cidades de dimensão semelhante, seja territorial, seja demográfica, apresentam desequilíbrios difíceis de perceber no que diz respeito ao investimento público em saúde”, apontou.
Gonçalo Lopes referiu ainda a “necessidade de reforço urgente da rede de cuidados primários”, já que a falta de médicos e de recursos humanos “prejudica a capacidade de resposta”.
O mesmo se passa no hospital de Leiria, pelo que o presidente da câmara considerou “imperativo garantir um equilíbrio justo na distribuição de profissionais de saúde, em particular médicos”.
“Sem este reforço, corremos o risco de ver os nossos hospitais incapazes de responder adequadamente às necessidades da população.”
Perante a directora-geral da Saúde, o autarca considerou que os meios alocados no âmbito do processo de transferência de competências na saúde “são notoriamente insuficientes face às reais necessidades dos territórios”.
“Não apresento este caderno de encargos de ânimo leve. Os municípios estão genuinamente preocupados com a saúde das suas populações. Apontamos desafios, identificamos problemas, mas estamos igualmente disponíveis para cooperar na busca de soluções”, garantiu, ao exemplificar com o projecto Bata Branca
Gonçalo Lopes mostrou-se ainda satisfeito por perceber que uma das orientações do Plano Nacional de Saúde “se centra na redução das desigualdades no acesso aos cuidados de saúde, em especial à proteção das populações mais vulneráveis”.
A Direcção-Geral da Saúde apresentou hoje o Plano Nacional de Saúde em Leiria, com o objectivo de ir ao encontro das pessoas e contar com as comunidade para alcançar os objectivos.
“O objectivo do Plano Nacional de Saúde [PNS] é ir ao encontro das pessoas”, pois a DGS não pretende que seja apenas um documento estratégico, mas que possa “ser vertido naquilo que são experiências locais e experiências também regionais e por isso mesmo vamos começar uma série de eventos”, adiantou Rita Sá Machado.
A directora-geral da Saúde defendeu que o PNS 2030 só pode ser implementado “se for ao encontro das pessoas” e se todos trabalharem em conjunto nas maiores necessidades em saúde. “Estes eventos tornam-se muito importantes para fazer aquilo que é a ligação comunitária”, precisou.
A interligação do PNS com os planos locais de saúde é uma das pretensões da responsável, que considera estes instrumentos planeamento “estruturantes para a saúde”, nomeadamente para as Unidades Locais de Saúde (ULS), para os municípios e para as regiões.
“Neste novo ecossistema que temos com as ULS, os planos locais de saúde “são uma bússola diria eu mais importante para aquilo que se irá fazer”, pois são estratégicos, cinegéticos e orientadores.
O plano local de saúde tem de ser construído “em conjunto com os parceiros, quer sejam os municípios, o sector social, ambiental, educação, forças de segurança, artes, as comunidades de fé, associações de doentes, todos eles deverão participar”, sublinhou Rita Sá Machado.