A presidente da Junta de Freguesia da Marinha Grande, Cristina Sousa, apresentou, esta segunda-feira, a demissão, por “razões de saúde”. João Moleirinho é o nome que se segue na lista do +MPM para assumir o cargo.
Ao JORNAL DE LEIRIA, Cristina Sousa revela que lhe foi detectado um “problema oncológico” e que o médico a aconselhou a “abrandar o ritmo” de trabalho. “Não iria estar empenhada nas funções como os fregueses merecerem. Sei que não conseguiria estar a 100% e isso não era justo para os pessoas”, assume a autarca, eleita nas últimas eleições pelo +MPM, frisando que se trata de uma junta “muito grande”, com cerca de 28 mil eleitores, que “exige bastante de qualquer presidente”.
Cristina Sousa conta que comunicou a decisão à presidente da Assembleia de Freguesia (AF) esta noite, depois de conhecer os resultados de exames médicos e de informar também João Moleirinho. “Tem até ao dia 28 para decidir se aceita tomar posse”, avança a presidente da junta demissionária, revelando que a ideia é que na sessão de AF prevista para esse dia seja já dada posse ao seu substituto.
Contactada pelo JORNAL DE LEIRIA, Isabel Freitas, presidente da AF, confirma a recepção do pedido de demissão, que diz só ter lido esta manhã. “Estávamos a preparar a sessão ordinária para o dia 28. Irei pedir aconselhamento e ver quais os passos a seguir, tendo em conta os últimos desenvolvimentos”, refere.
João Moleirinho, actual tesoureiro da junta, diz que ainda está a ponderar se aceita o cargo de presidente. “Embora esta decisão seja pessoal, não será exclusivamente minha, visto que terá de ser ponderada ao nível familiar, profissional e também política”, acrescenta, reconhecendo que a decisão terá de ser tomada num curto espaço de tempo. “A necessidade assim o obrigará.”
Sobre os dois anos em que esteve à frente da junta, Cristina Sousa faz um balanço positivo, apesar de “haver muitos projectos que ficaram a meio”. “Saio consciente que fiz trabalho pela freguesia, que melhorei serviços e que deixei plantadas sementes de melhoria contínua”, afirma.
A autarca esteve envolvida em adjudicações polémicas. Um dos casos está relacionado com a entrega à empresa gerida pelo companheiro de serviços reparação automóvel, cujo processo chegou a tribunal. No momento de deixar o cargo, Cristina Sousa volta a reconhecer que houve uma “violação inconsciente” da Lei, que será decidida pelo tribunal, mas que “em nada prejudicou a freguesia”, uma vez que houve “devolução dos valores na íntegra e oferta dos serviços” prestados. “Saio de consciência tranquila”, garante.
Um outro caso envolveu a alegada contratação de seguro para a junta, através de um agente mediador que pertencia ao executivo. Pedro Edro, o autarca em causa, era número dois da lista do +MPM e acabou por se demitir na sequência deste caso.
[Notícia actualizada às 17:34 horas, de hoje, dia 12/09/2023, com depoimento de João Moleirinho]