Volveram três décadas desde que Carlos e Judite Pragosa iniciaram um negócio por conta própria no sector dos moldes. A partir da micro-empresa, em nome individual, exclusivamente dedicada à prestação de serviços técnicos para a indústria de moldes, o casal de empreendedores construiu uma unidade dedicada ao fabrico e comercialização de moldes, de cariz exportador, que emprega 45 pessoas e registou, no ano passado, um volume de negócios de 4 milhões de euros.
Com instalações na Maceira (Leiria), a Procadimoldes tem vindo a exportar cerca de 90% do que produz. “Este ano o peso da exportação vai decrescer ligeiramente, apesar dos produtos acabarem por ser canalizados para o exterior de forma indirecta”, explicam os empresários. Entre os principais mercados estão vários países da Europa e do Norte de África.
“A indústria automóvel pesa 50% na actividade da Procadimoldes, já a indústria médica pesa 20%. Os restantes 30% dividem-se por várias áreas, entre as quais a electrónica ou as utilidades domésticas”, especifica Carlos Pragosa.
“A indústria automóvel já chegou a pesar 90% na nossa actividade, mas estamos a trabalhar no sentido de reduzir essa dependência. A entrada a Norte de África também teve como intuito diversificar mercados”, explica o empresário.
Ultrapassar contratempos e incertezas dos mercados ao longo de três décadas tem sido conseguido precisamente com “uma busca intensa por novos mercados, procurando maior eficiência de execução”, considera Carlos Pragosa. “É o que nos permite ter presença num sector onde pesa muito o factor preço e há pouco reconhecimento da componente técnica”, acrescenta Judite Pragosa.
Foi nesse sentido que “concluímos agora um investimento de cerca de 2 milhões de euros, para robotização e paletização de fabricação de peças metálicas, que aumenta a qualidade e permitee maior cadência de produção”, acrescenta o empresário.
Quanto aos maiores desafios que se colocam ao sector, Carlos Pragosa sugere que “deveria ser criada uma entidade aglutinadora das empresas de moldes, que pudesse fazer a ponte com entidades internacionais, a fim de garantir mais segurança nos recebimentos e melhores condições de pagamentos. Com essa entidade, poderíamos ter maior escala e maior capacidade competitiva.”