É rápido, ecológico e oferece total liberdade de geometrias. Eis algumas das vantagens do fabrico aditivo que têm captado o interesse de empresários e particulares pelo software e pelos equipamentos de impressão 3D.
Andreia Nabais, sócia-gerente da Dimlaser, de Leiria, explica que a sua empresa foi constituída há dez anos, com foco na impressão 3D em metal. O cliente apresenta as suas necessidades e a Dimlaser acompanha o processo até à execução do artigo. Empresas de moldes, plásticos, de medicina dentária, de joalharia ou do ramo automóvel estão entre os clientes que mostram interesse crescente nesta tecnologia, explica a sócia-gerente.
No caso da impressão em 3D (ainda que com algumas nuances que possam decorrer dos diferentes tipos de material), o processo de fabrico baseia-a num ficheiro em 3D, na impressão propriamente dita e no acabamento final, expõe a empresária. Assim, além de ser um processo mais rápido do que pela via convencional (já que não precisa de molde e tem menos etapas associadas do que o fabrico por subtracção), o fabrico aditivo é também mais ecológico, na medida em que não envolve desperdício de material, salienta Andreia Nabais.
Além disso, o fabrico aditivo é também mais adequado para obter geometrias não convencionais. Estes argumentos têm motivado o interesse de clientes portugueses e estrangeiros. A Dimlaser já exporta para França, Dinamarca, Estados Unidos e Alemanha. “Exportamos sobretudo para a indústria de moldes, mas também para o creative freestyle”. Ou seja, alguém que tem uma ideia para um anel ou qualquer outra peça única, e que com o apoio e os equipamentos da Dimlaser transforma um sonho num artigo real.
A Codi, de Leiria, tem também uma experiência vasta de impressão 3D. Está entre as empresas que mais cedo começaram a comercializar soluções de impressão 3D. Há cerca de 20 anos. Além de comercializar equipamentos e software, presta serviços a quem quer imprimir em três dimensões, seja em plástico, resina, cerâmica ou papel, explica Francisco Aguiar, responsável de Marketing da Codi.
Entre os seus clientes estão empresas que compram impressoras para utilizar nas suas indústrias do ramo automóvel, aeronáutica, moldes, plásticos, saúde ou calçado. E há também quem subcontrate os seus serviços de impressão 3D para obter peças de controlo dimensional para linha de produção; ferramentas para linha de produção; peças de apoio à linha de montagem e moldes protótipo.
Peça finalizada em 48 horas
Francisco Aguiar, da Codi, reconhece que um molde feito através de fabrico aditivo não tem a mesma durabilidade de um molde executado de forma convencional. Traz, no entanto, outras grandes vantagens: permite acelerar processos e reduzir riscos. Como? Imagine-se que um cliente chega à região vindo do outro lado do mundo. Em 48 horas consegue validar o design, validar o protótipo e perceber como ficará o produto final, já injectado. “Em dois dias leva a peça plástica final injectada e vai mais seguro ao ver algo palpável. Toma uma decisão de compra mais consciente o que aumenta a taxa de sucesso do negócio”, frisa Francisco Aguiar. Imprimir um maxilar em 3D também permite ao cirurgião saber o que vai encontrar no momento da intervenção cirúrgica, poupar tempo de operação e oferecer mais segurança ao paciente, exemplifica Francisco Aguiar. Já no calçado, a impressão 3D permite fazer em três dias uma maqueta que demorava três semanas a obter. “E como carece de menos pessoas envolvidas no processo, favorece-se a confidencialidade”, conclui.