Quem se desloca hoje ao Agrupamento de Escolas de Colmeias, no concelho de Leiria, depara-se com um cenário diferente. No gradeamento da escola foram colocados pelos professores, esta manhã, vários corações vermelhos, onde se destacam as palavras “Respeito”, “União”, “Justiça”, “Missão”, “Dignidade”, “Valores”, “Educação” e “Escola”.
Trata-se, segundo explica o dirigente sindical do Sindicato de Todos os Professores (S.T.O.P.), Orlando Pereira, de uma forma diferente de luta dos docentes, que pretendem “continuar a chamar a atenção para a luta pelos seus direitos e por melhores condições de trabalho”.
“Quisemos aproveitar o facto de hoje ser Dia de São Valentim e de, durante esta semana, estarmos a trabalhar o tema dos afectos com os nossos alunos, para promovermos uma acção diferente, que demonstre que os professores estão nesta luta com o coração e que só pretendemos aquilo que é nosso, assim como melhores condições para ensinar”, refere Orlando Pereira ao JORNAL DE LEIRIA.
Para amanhã, dia 15, e sexta-feira, dia 17, estão agendadas novas rondas negociais entre o Ministério da Educação e os sindicatos, sobre o novo modelo de recrutamento e colocação de professores.
“Vamos aguardar para ver o resultado destas reuniões, mas o mais provável é não resultarem em nada, considerando a posição que o ME tem assumido”, considera o dirigente sindical.
O S.T.O.P. estendeu hoje o pré-aviso de greve até dia 10 de Março. Os professores estão em protesto desde o início de Dezembro e exigem melhores condições de trabalho, o fim das quotas que impedem a progressão na carreira e uma diminuição da burocracia.
No que concerne à revisão do modelo de recrutamento e colocação de professores, defendem uma gestão e recrutamento de docentes pela graduação do profissional e sem perfil ou mapas, sem conselhos de directores a seleccionarem o recrutamento.