Ao longo dos anos, várias investigações e projectos têm procurado desvendar alguns dos mistérios que se escondem nas entranhas do Maciço Calcário Estremenho (MCE), que guarda o segundo maior aquífero do País. Para juntar mais peças ao puzzle, o Grupo de Espeleologia e Montanhismo (GEM), sediado na Amadora, está a desenvolver um projecto de localização e topografia de sumidouros – locais onde se infiltra a água que aparece depois nas nascentes – existentes ao longo do polje de Mira-Minde.
O objectivo, explica Marta Borges, é contribuir para o “melhor conhecimento da circulação de água subterrânea” no MCE e “ajudar a valorizar esse recurso”. A espeleóloga do GEM explica que os sumidouros são locais onde “as águas que brotam das nascentes, existentes no bordo Norte do polje de Minde, após um percurso mais ou menos longo, se infiltram de novo no subsolo”.
“Dado o gigantesco volume de água envolvido – quem já viu o polje de Minde inundado terá uma ideia – existem possibilidades de se aceder a cavidades com potencial elevado”, frisa Marta Borges, que compara o polje de Mira- Minde a “uma central de bombeamento” do MCE.
O projecto do GEM teve início em 2012, com o levantamento de sumidouros, a partir de bibliografia existente com informação sobre a localização aproximada de alguns desses locais. O trabalho de campo realizado nos últimos anos permitiu acrescentar novos dados, sendo actualmente conhecidas perto de “três dezenas” de sumidouros.