Vinte e cinco localidades dos concelhos de Pedrógão Grande, Castanheira de Pera e Figueiró dos Vinhos afectados pelos violentos incêndios de 17 de Junho, integram o projecto-piloto Aldeias Resilientes.
Desenvolvido pela Associação das Vítimas do Incêndio de Pedrógão Grande, em parceria com a Aprosoc – Associação de Protecção e Socorro e a WIT-Software, o projecto prevê a constituição de equipas locais de resposta e emergência, que devem entrar em funcionamento até 01 de Junho do próximo ano.
Segundo a presidente da Associação das Vítimas do Incêndio de Pedrógão Grande, Nádia Piazza, no âmbito do plano de acção que está a ser elaborado para cada uma das aldeias "vão surgir as equipas locais de resposta e emergência, que vão ser treinadas, e as aldeias vão ser equipadas".
O projecto, acrescentou, está incluído no Plano de Revitalização do Pinhal Interior (região Centro), que deve ser aprovado muito brevemente em Conselho de Ministros, com o nome de Aldeia Segura.
"Temos alimentado a firme convicção de que pessoas e aldeias devem ser mais resilientes e têm de contar consigo próprias, porque foi o que aconteceu [em Junho]", disse Nádia Piazza, salientando que, em situações limite, como a que aconteceu, não se pode “contar com ninguém, com nenhuma estrutura pública ou associativa".
A presidente da associação entende que, depois de "aprendida a lição”, há que “retomar algum saber do passado e a população local tem de ter formação e estar preparada para os primeiros socorros e intervenção nos incêndios".
Para já, na primeira fase do projecto, estão a ser inventariados os equipamentos de cada aldeia, casas devolutas, de primeira e habitação, população permanente e sazonal, idosos, acamados, crianças, pontos de encontro, equipamentos, infra-estruturas, pontos de água e carrinhas com caixa aberta para carregarem motobombas.
"O nosso questionário está a ser melhorado conforme as entrevistas vão ocorrendo", sublinhou a dirigente, salientando que os parceiros no projecto são uma associação específica na área da protecção e socorro e parceiro de base tecnológica, que "é uma das melhores empresas do mundo".
De acordo com Nádia Piazza, o projecto-piloto Aldeias Resilientes conta atualmente com 30 voluntários das três entidades envolvidas.
Agência Lusa/Jornal de Leiria