Apresentado há dois anos, durante a sessão comemorativa dos 25 anos da descoberta das pegadas de dinossauros da Serra de Aire, o projecto de valorização deste monumento natural ainda não saiu da gaveta.
O Instituto de Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF) assume o atraso, que justifica com dificuldades inerentes ao projecto, pelas “várias e complexas componentes que o constituem”, mas também por “entraves causados pelas limitações da situação pandémica”. Situações que motivaram o protelar dos “processos administrativos”.
De acordo com o INCF, que tutela o monumento, estão a decorrer agora os concursos públicos de “aquisição de bens e serviços para a execução dos respectivos projectos”.
A expectativa é que as várias acções previstas sejam “executadas e finalizadas até ao fim de 2021”, informa o instituto, sem precisar a data de início da sua concretização.
Entre as intervenções programadas está a construção de uma estrutura sobre-elevada em madeira, para “melhorar a acessibilidade dos visitantes e garantir a conservação das pegadas existentes e à vista”.
Será também concebida uma exposição de longa duração, “com soluções museográficas”, e elaborado um documentário para exibição nos espaços de visitação, “com imagens 3D que reconstituem o habitat” dos dinossauros à sua época.
O INCF, que irá investir na concretização do projecto de valorização do monumento cerca de 240 mil euros (acrescidos de IVA), tenciona ainda levar a efeito acções de conservação e restauro nas pegadas, com o objectivo de “garantir a sua preservação e melhorar a resistência à erosão”.
O investimento contempla também a aquisição de material audiovisual para apoio e melhoria das infra-estruturas de visitação, que se encontram degradadas há vários anos.