Foi com “surpresa” e “estupefacção” as estruturas socialistas receberam a notícia de que Carlos Caetano, vice-presidente da Câmara da Marinha Grande e filiado no PS, vai ser o candidato do PSD neste município, concorrendo como independente.
O secretariado da concelhia socialista reuniu de urgência, esta terça-feira, para a analisar a decisão da Comissão Política Distrital dos sociais-democratas, que, no dia anterior aprovou o nome de Carlos Caetano como candidato do PSD.
Durante a reunião, o secretariado do PS aprovou um pedido de esclarecimentos enviado a Carlos Caetano, com um conjunto de perguntas às quais foi pedida uma resposta com “a maior brevidade” possível.
“Mais do que o dia de hoje [quarta-feira] é intolerável”, afirma Nelson Araújo, líder da concelhia socialista.
A estrutura do PS pede ao vereador que confirme se “recebeu o convite”, “se o aceitou ou se o pondera fazer” e “em que circunstâncias”, revela[LER_MAIS] o líder da concelhia.
Assegurando que o vereador “não dirigiu qualquer conversa à estruturas do PS nem ao seu presidente nem antes nem depois” da decisão do PSD, Nelson Araújo garante que Carlos Caetano “sempre se mostrou disponível para continua”a integrar o projecto do PS e “até a ser cabeça-de-lista, se fosse o caso”.
Segundo o dirigente socialista, o vereador concordou mesmo que o seu nome fosse incluído numa sondagem, onde o partido testou vários possíveis candidatos, com a escolha, anunciada há duas semanas, a recair em Cidália Ferreira.
“[Carlos Caetano] Nunca nos mostrou indisponibilidade para continuar”, afirma Nelson Araújo, assumindo que “é difícil manter a confiança em que está envolvido num processo desta natureza”. Pelo que, o próximo passo, deverá ser “a expulsão do partido, como definem os estatutos”.
Remetido ao silêncio, Carlos Caetano reuniu na terça-feira à tarde com a presidente da Câmara – também ela incontactável -, mas, até fecho da edição, não foi possível apurar o teor do encontro nem se o vereador tenciona manter-se em funções ou em que circunstâncias terminará o mandato.
Walter Chicharro, presidente da federação distrital do PS, prefere, para já, não fazer comentários, referindo apenas que a estrutura está a “acompanhar o caso em proximidade com a concelhia e com a presidente da Câmara”.