No âmbito da iniciativa “Governo mais próximo”, que decorreu no distrito de Leiria nos dias 20 e 21, o PSD e o PCP criticaram a falta de respostas que o primeiro-ministro e a sua equipa não deram.
“António Costa e os seus ministros vieram ao distrito de Leiria e não tentaram, sequer, dar resposta aos desígnios de décadas desta região que continuam a ser uma miragem, como é o caso da requalificação da Linha do Oeste”, refere uma nota de imprensa assinada pelo presidente da Comissão Distrital de Leiria do PSD.
Segundo Hugo Oliveira, “além dumas assinaturas de contratos, dumas inaugurações de obras pagas pelas autarquias, dumas visitas e de uns anúncios eleitoralistas, nada trouxeram ao distrito e aos leirienses”.
Por isso, o também deputado na Assembleia da República eleito pelo círculo de Leiria acrescenta que o “PSD Distrital de Leiria exorta António Costa e os seus ministros a voltarem a Leiria, mas somente quando tiverem respostas e soluções para apresentar ao distrito e aos leirienses, porque os leirienses estão fartos de palavras e querem acções”.
Segundo o social-democrata, “o primeiro-ministro referiu que o distrito de Leiria é “um dos maiores motores” da economia portuguesa, mas esqueceu-se de referir que isso se deve ao espírito empreendedor dos leirienses e à capacidade de resiliência das suas gentes e das suas empresas”.
Para Hugo Oliveira, “os governos de António Costa não fizeram praticamente nenhum investimento público neste território”, pelo que, passado uma semana do “’passeio de ministros’ já ninguém se lembra do mesmo”.
“António Costa e os seus ministros não trouxeram nenhuma solução para os desafios que as empresas atravessam, com uma carga fiscal asfixiante”, nem para “os problemas que o setor agrícola atravessa”.
Considerando que os governantes também “não trouxeram nenhuma solução (que é urgente que surja) para as dezenas de milhares de pessoas que no distrito de Leiria se encontram sem médico de família, devido ao estado caótico em que se encontram os cuidados de saúde primários”, Hugo Oliveira constatou que não foi avançada qualquer solução “para os problemas desesperantes que são vividos nos hospitais da região”.
Conselho de Ministros passou ao lado dos baixos salários
A Direcção da Organização Regional de Leiria do PCP referiu, numa nota de imprensa, que, “em cerca de 50 acções que o Governo terá promovido, nem um contacto, nem um encontro, nem uma palavra” sobre “a precariedade e os níveis de exploração existentes”.
O Conselho de Ministros foi “uma grande acção de propaganda” que não abordou “o mais estrutural problema que atinge a região: os baixos salários”, refere o partido, ao reafirmar “a urgência do aumento geral dos salários, para repor o poder de compra perdido, para atrair e fixar profissionais, para dinamizar o mercado interno do qual dependem as MPME [micro, pequenas e médias empresas] (…), para garantir melhores pensões e o futuro da Segurança Social”.
O PCP alertou também para a “falta de médicos e enfermeiros na região, com dezenas de milhares de utentes sem médicos de família, a que se somam a falta de especialistas nos vários hospitais com o consequente adiamento de consultas, exames ou cirurgias”.
O comunicado sublinhou ainda que “já se perderam 20 anos” na definição do novo Hospital do Oeste, que não deve ser “mais um negócio com os grupos privados de saúde”, exigindo a modernização da linha ferroviária do Oeste “na sua totalidade” e não apenas até às Caldas da Rainha como está previsto, assim como a requalificação do IC8, que liga Pombal e Vila Velha do Ródão.
O PCP lamentou “o necessário investimento que deveria ter sido feito e que continua a marcar passo”, seis anos depois dos grandes incêndios na Mata Nacional de Leiria e do Pinhal Interior Norte.