Por todo o País e nas comunidades portuguesas tem sido celebrado o quinquagésimo aniversário do 25 de Abril de 1974 com as mais diversas manifestações. Tem sido uma verdadeira onda de sensibilização para a importância desta data bem recente na cronologia histórica do nosso País.
Sensibilizar, principalmente os mais novos, para a valor da Liberdade alcançada pelos seus avós. Relembrar aos filhos da geração de Abril que devem continuar e homenagear os pais que conquistaram a Liberdade e relembrar todos aqueles que durante 48 anos viveram numa ditadura fruto de uma República que nasceu aos soluços.
Depois de todas estas manifestações, nos últimos meses, resta-nos pensar que Abril queremos para os próximos 50 anos. Como vamos continuar a louvar os feitos de 1974 e como iremos incutir os valores da Democracia, mesmo com as imprecisões que nela existem.
Vivemos numa Democracia sombreada por ideias xenófobas que rapidamente se estão a alastrar por todo o mundo. Uma Democracia picada pela ausência de valores. Uma Democracia que só perpetuará se, uma vez mais, o “povo” for unido e conseguir continuar a implementar os valores da Liberdade. Uma Democracia que nos próximos 50 anos será colocada à prova sem a presença física daqueles que entendem a diferença entre a Ditadura e a Liberdade, tendo em conta que a viveram e sabem a diferença entre ter voz ou ser oprimido, ter escolha ou o pensamento amordaçado, ser livre ou ter medo…
Devemos, sempre, lembrar quem sacrificou a sua vida para conseguir a nossa Liberdade. Devemos, sempre, lembrar os valores que regem o respeito pelo outro. Devemos, sempre, promover os feitos da nossa história. Mas, devemos contar como, verdadeiramente, ela foi conquistada… Comemorar? Sempre. Recordar? Sempre. Perpetuar? Sempre. Homenagear? Sempre. Mas, não devemos esquecer os anónimos que muito fizeram pela nossa Liberdade e que tiveram tanto ou mais valor que outros que passaram a ser a bandeira de Abril. Mais que Abril, Liberdade sempre.