Um projecto de extracção de areia designado Fonte Cova, da responsabilidade da Sabril – Sociedade de Areias e Britas, no limite dos concelhos de Leiria e Pombal, corre o risco de afectar o Sistema Aquífero Leirosa – Monte Real.
Este é o lençol freático que suporta o abastecimento público de água à totalidade do concelho de Pombal.
A associação ambientalista Quercus lançou o alerta e receia que a exploração, localizada na Mata do Urso, entre em extracção efectiva antes de finalizada a Avaliação de Impacto Ambiental, “em desrespeito pelas normas ambientais, valores naturais, ecossistemas, biodiversidade, sem salvaguarda das populações”.
“Não sendo esta a única exploração sobre este sistema aquífero, importa ter em consideração os impactes cumulativos de mais uma exploração sobre este aquífero”, adianta a associação ambientalista.
[LER_MAIS]Na última reunião da Câmara de Pombal, o vereador do Ordenamento do Território reconheceu que a questão em cima da mesa é a defesa do aquífero, mas que os municípios estão limitados na sua acção.
“É uma situação que nos preocupa, principalmente pela questão da água.” Segundo Pedro Navega, estão a ser tomadas medidas em conjunto com Leiria, uma vez que o pedido de exploração abrange uma área partilhada por ambos os concelhos.
“Sendo que, o plano de lavra que nos foi apresentado incide todo no nosso território” sublinhou o autarca, adiantando que, com as juntas de freguesias da zona e algumas associações locais se está a “analisar e acompanhar a situação”.
O responsável disse ainda que foi criado um grupo de trabalho para proceder a diligências junto das entidades competentes, como a Direcção-Geral de Energia e Geologia (DGEG) e da Associação Nacional de Municípios (AMNP).
“Queremos ter alguma voz. Sabemos que, sendo uma exploração mineira temos pouca intervenção, mas iremos acompanhar e tomar as medidas que formos considerando necessárias.”
O vereador adiantou que Leiria e Pombal já enviaram ofícios para a DGEG e para a AMNP com sugestões de melhoria da legislação, que, como está, “não protege os municípios, nem as populações”.