Santarém é a “melhor” localização para o novo aeroporto internacional. É esse o entendimento das Comunidades Intermunicipais de Leiria, Coimbra, Beira Baixa e Médio Tejo que, na terça-feira, subscreveram uma declaração conjunta em defesa dessa opção, que consideram “a escolha ideal”.
A localização, a “rapidez” de concretização, o impacto positivo na coesão territorial e o facto de o financiamento ser “maioritariamente” privado são alguns dos argumentos apontados por aquelas comunidades intermunicipais em defesa da opção de Santarém. Em relação à localização, o documento salienta a posição “central face às regiões circundantes”, bem como a “proximidade com importantes vias rodoviárias e ferroviárias”. Por outro lado, permitiria o “descongestionamento de outros aeroportos” e contribuiria para a “coesão do País, cada vez mais inclinado para o Litoral”.
Salientando os “benefícios” desta opção “para toda a região” e para Portugal, os autarcas das quatro comunidades intermunicipais apelam às autoridades competentes que “priorizem” Santarém como a localização do futuro aeroporto internacional.
“O peso da população a Norte do Tejo não pode ser sistematicamente ignorado e a região Centro não pode ficar de lado do desenvolvimento do País”, afirmou Gonçalo Lopes, presidente da CIM da Região de Leiria e da câmara da capital de distrito, frisando que o projecto de Santarém resulta da “vontade de investimento privado”.
“A posição que tomamos é como líderes regionais e como portugueses”, reforçou o autarca socialista, que salientou a necessidade de uma decisão “rápida”, que seja ambientalmente “irrepreensível” e que, do ponto de vista económico, não venha a “hipotecar o desenvolvimento do País”.
A assinatura da declaração conjunta, realizada em Porto de Mós, aconteceu no mesmo dia em que o ministro das Infra-Estruturas, João Galamba, afirmou que Santarém “é longe” de Lisboa e que a probabilidade de vir a ser a opção escolhida é “baixa”.
Confrontado com a posição do governante, assumida em declarações à CNN/TVI, Gonçalo Lopes disse que se trata de uma “opinião, não é uma certeza”. “Respeitamos aquilo que os elementos do Governo pensam, individualmente ou colectivamente. O que é fundamental para que haja credibilidade na escolha é que a Comissão [Técnica] faça o seu trabalho de uma maneira independente e achamos que não está posta em causa essa independência”, acrescentou o autarca de Leiria.
Defendendo que “este é um assunto que deverá ser tratado pelos especialistas”, Gonçalo Lopes alega, no entanto, que “a questão da distância já não se mede em quilómetros, mede-se em tempo”. “O País é pequeno. Não falamos em distâncias impossíveis”, reforçou.
Em relação à Base Aérea de Monte Real, que foi rejeida pela comissáo independente, o autarca de Leiria explicou que, ao indicar essa hipótese, o município fê-lo na convicção de que seria sempre uma “base complementar e táctica, para aliviar a pressão” que existe em Lisboa.
“Neste momento, são nove as opções. Santarém é aquela que defende melhor a oferta de transporte aéreo do País e que promove o desenvolvimento mais equilibrado” do território nacional”, declarou.