A liberdade de ter um carro e poder ir para qualquer lugar, a qualquer hora, é uma condição que a maioria da população já não abdica na sua vida. Principalmente numa região com um sistema de transportes públicos que não dá resposta à população que reside nas periferias, possuir um automóvel acaba por ser quase uma obrigação.
O método tradicional para a aquisição de um carro é conhecido por muitos. A pronto ou com recurso a crédito, cada pessoa compra um veículo à sua medida e, claro, fica em seu nome. A partir da assinatura, o resto fica a cargo do proprietário: manutenção, seguro, Imposto Único de Circulação e as eventuais avarias que, mais dia menos dia, vão acontecer.
Colocando as vantagens e desvantagens numa balança, há quem considere que ter um carro em nome próprio não compense todos os gastos (e chatices) associados. O público começou, por isso, a olhar para o renting com outros olhos.
Até há poucos anos, esta opção servia apenas empresas, que conseguem benefícios fiscais associados a este método, mas o mercado para clientes particulares tem crescido nos últimos tempos.
Nelson Ruivo, responsável de renting da Sarafauto, garante que “cada vez há mais procura”. “Já não há aquela tendência de comprar o automóvel para usar toda a vida. [As pessoas] querem ter um carro sem se preocuparem com os outros custos”, esclarece o especialista.
As condições de um renting são simples: o cliente paga uma prestação mensal pela utilização do automóvel e descarta-se das preocupações que, muitas vezes, são inesperadas, como as avarias.
O representante da Sarafauto afirma que a procura dos rentings por particulares “está a duplicar de ano para ano” e existe, essencialmente, nas gerações mais novas, que “querem ter um carro sempre mais inovador”.
Na Sarafauto, empresa que pertence ao Grupo AMConfraria, o aluguer de veículos para particulares, no último ano, representou cerca de 20% do total do renting, um número que tem tendência a crescer. Quando é necessário realizar alguma manutenção no carro, a comodidade do serviço é uma das grandes mais-valias desta opção. “Na Sarafauto, vamos buscar o carro ao trabalho do cliente e deixamos um de substituição”, exemplifica o responsável.
O valor mensal de um renting acaba por ser semelhante a um leasing e inclui “mais benefícios para o cliente”. No final do contrato renting, o consumidor tem a possibilidade de adquirir o carro a um valor mais acessível ou pode entregá-lo e iniciar um novo renting com outro automóvel.
Nelson Ruivo refere que ainda existe a procura por veículos a diesel, mas as versões plug-in e híbridas também já começam a tomar conta das escolhas dos clientes, até porque “são os mais aconselháveis para as cidades”.
Custos controlados
A Ayvens também admite que o renting a clientes particulares tem aumentado e está a ter “um crescimento modesto”. João Toscano, representante comercial da Ayvens para o distrito de Leiria e Castelo Branco, acredita que esta forma de mobilidade só ainda não cresceu mais devido à capacidade financeira das famílias, já que o renting não apresenta tantos benefícios fiscais para particulares, como para as empresas.
No entanto, este serviço também fornece um sentimento de segurança. “A gestão é completamente controlada. O cliente sabe todos os custos mensais e não há sustos desagradáveis”, esclarece o responsável.
As novas gerações também são apontadas como aquelas que mais recorrem a este serviço, porque “priveligiam a mobilidade”. “Não estão para adquirir nada, mas querem ter um bem sem ter o compromisso de ficar com ele”, considera João Toscano, ao acrescentar que, a nível europeu, esta realidade está já enraizada.
Nesta empresa, ao nível da região, os clientes activos particulares ainda só representam quase 10% de todo o renting, mas João Toscano acredita que este número pode crescer.