“O resultado compensa os transtornos”. Essa é a convicção do vereador das Obras Municipais da Câmara de Leiria, Ricardo Gomes, em relação às obras do eixo rodoviário constituído pela avenida Nossa Senhora de Fátima e ruas envolventes, que, na reunião de câmara desta terça-feira, apresentou um balanço da intervenção.
Com os trabalhos “praticamente concluídos”, falta agora introduzir algumas das inovações que justificaram a classificação destas vias como as primeiras artérias “tecnológicas de Leiria”.
Entre as novidades está a colocação de sensores nas ilhas ecológicas, para monitorizar a quantidade de resíduos depositada, a criação de uma aplicação informática para controlar, em tempo real, os lugares de estacionamento disponíveis, que deverá ficar operacional “em Setembro”.
Mais atrasado está a entrada em funcionamento dos quatro postos de carregamentos de veículos eléctricos, com capacidade para oito viaturas, que carece ainda de concessão do sistema. Até lá, os lugares serão usados como estacionamento, explicou o vereador.
A intervenção na Humberto Delgado motivou queixas dos moradores, não só pelos atrasos nos trabalhos, mas também pelas soluções adoptadas, com a diminuição do número de lugares de estacionamento e a “reduzida” largura da plataforma da viária, cítricas partilhadas pelos vereadores do PSD.
“Para aumentar os passeios, temos de reduzir a faixa de rodagem. O que é que privilegia: o peão ou o carro? A poluição ou ter uma cidade mais limpa?”, questionou o presidente da câmara, Gonçalo Lopes, dirigindo-se a Álvaro Madureira. “Tem de haver um equilíbrio”, respondeu o social-democrata, alegando que, ao obrigar os moradores a fazer “percursos maiores”, também haverá “mais poluição”.
Em respostas, o vereador das Obras Municipais alegou que, os trajectos até podem ser “maiores”, mas “transito flui melhor” e “não há tantas paragens”.
Números da intervenção
Segundo dados apresentados na reunião de câmara, a intervenção neste eixo rodoviário incluiu a instalação de 30 passadeiras, a substituição de 36 quilómetros de tubagens, bem como a renovação de quatro quilómetros de condutas de água e de oito de pluviais e saneamento.
Foram ainda colocadas duas novas paragens de autocarro, criados 280 lugares de estacionamento, plantadas 172 árvores e instaladas 143 novas luminárias.
“Os números dizem muito da escala da empreitada”, sublinhou Ricardo Gomes. “Falta um gráfico”, retorquiu o vereador da oposição Álvaro Madureira, numa alusão à derrapagem dos custos da obra, adjudicada por 2,5 milhões de euros, valor ao qual somou mais de 1,1 milhões de trabalhos complementares.
O eleito do PSD reconheceu, no entanto, que a obra “tem qualidades”, lembrando que a Av. Humberto Delgado “era um cancro”. Agora, fez-se a sua ligação à rua Luís Braille, efectuou-se “a rede separativa para águas pluviais e saneamento, houve pavimentação e melhoria de passeios, o que é sempre vantajoso e necessários”, realçou.