Ricardo Vicente, actual deputado eleito pelo distrito, 37 anos, engenheiro agrónomo, volta a ser escolhido pelo Bloco de Esquerda para ser o cabeça-de-lista à Assembleia da República, nas eleições legislativas de 30 de Janeiro.
O candidato mantém a luta pelo clima, despoluição do rio Lis e ferrovia. “Juntamos a nossa voz a quem luta por uma resposta cabal às alterações climáticas, não apenas pela redução de emissões mas também pela adaptação dos territórios. No distrito de Leiria e no País crescem os eventos extremos como a seca, as ondas de calor, os tornados e os dilúvios, mas também a subida dos níveis médios das águas do mar e a erosão costeira, a frequência e a perigosidade dos incêndios, entre outros”, adiantou Ricardo Vicente, na apresentação da sua candidatura, que contou com a presença da coordenadora do BE, Catarina Martins.
O deputado lamentou que o “PS e o seu Governo prezem mais pelo negócio rodoviário da empresa privada Barraqueiro do que pelo transporte público ferroviário”.
“Só isso justifica o desprezo pela linha do Oeste. Neste momento decorrem obras na linha, entre Sintra e Torres Vedras. Concretiza-se um plano medíocre do Governo que mantém a linha mais lenta do que os autocarros da Barraqueiro e por isso ficará sem passageiros. A requalificação de Torres até Caldas da Rainha segue o mesmo plano… Pelo andar da carruagem ainda se perdem os dinheiros comunitários e a obra fica por fazer, pois o prazo de execução termina em 2023”, alertou.
Ricardo Vicente, que tem sido durante o seu mandato no Parlamento uma voz activa na defesa das matas nacionais do distrito e da despoluição da Bacia Hidrográfica do Lis, criticou que quatro anos depois do incêndio no Pinhal do Rei, “o Plano de Gestão Florestal da Mata Nacional de Leiria ainda é o de 2010 e por isso os trabalhos decorridos e os anúncios de investimento de milhões de euros são inconsistentes, incoerentes e sem visão de conjunto”.
O cabeça-de-lista revelou ainda que foi aprovado recentemente no Parlamento um projecto de resolução para despoluir toda a Bacia Hidrográfica do Lis, “para travar as contaminações provenientes das suiniculturas, da indústria e dos resíduos urbanos”.
“Neste caminho, como em tempos o Governo e o PS reconheceram, é necessário construir uma estação de tratamento e valorização de efluentes suinícolas de propriedade e gestão públicas, que cobre aos suinicultores os custos de tratamento numa solução coletiva. O Governo atribuiu um milhão de euros à empresa Águas de Portugal para fazer estudos prévios, mas os mesmos nunca foram conhecidos apesar do BE os ter requerido”, disse.