Se estivesse ligada ao mundo da arte, o que seria?
Uma fotografia. Para que, na memória de quem a visse, nunca se apagassem memórias de quem comigo momentos viveu. É preciso olhar a vida como um todo. Fragmentamos demasiado e, acabamos por complicar. É o sentir que dá sentido à vida e, para sentir, o todo é suficiente.
O projecto que mais gozo lhe deu fazer
O livro que ainda estou a escrever. O livro que pretende auxiliar quem, tanta vez, precisa de ajuda e não sabe ou não tem como a pedir. Falo de uma doença silenciosa. A doença do século XXI.
O espectáculo, concerto ou exposição que mais lhe ficou na memória
Como portuguesa e cosmopolita que me tornei, sem dúvida, o primeiro concerto dos nossos leirienses Silence 4. A conquista da liberdade. O marco de uma fase de crescimento. A entrada na minha adolescência.
O livro da sua vida
Ainda não o li. Ainda estou à espera daquele livro que me envolva de mente e corpo e que não mais me faça esquecer o seu nome. Na verdade, consigo prever quem será o autor
Um filme inesquecível
Adoro ver filmes. Mas sou extremamente descontraída com os títulos – pedi ajuda ao meu parceiro de quase uma vida para me ajudar -, e… talvez o Sete vidas
Se tivesse de escolher uma banda sonora para si, qual seria?
São muitas as músicas activadoras dos meus cinco sentidos. Temas de bandas distintas. Sou capaz de me dividir entre Whitney Houston, uma das maiores e melhores cantoras de todos os tempos, e os britânicos da minha adolescência, Take That. Dois marcos de vida distintos!
Um artista que gostava de ter visto no Teatro José Lúcio da Silva
Uma vez que esta pergunta me remete a pensar no passado, consideraria os Silence 4. Afinal de contas, fazem parte de um retrovisor com óptimas lembranças.
Uma viagem inevitável
Todas as viagens são inevitáveis. A condução é-me extremamente organizadora ao nível dos pensamentos. Penso que é a forma que encontro para não buzinar a todas as manobras perigosas com que me deparo.
Um vício que não gostava de ter
Se os vícios forem sinónimo de hedonia, não há nenhum que não gostasse de ter. Afinal de contas, ser-se hedonista é condição necessária para se florescer.
Um luxo
Gosto de coisas simples, no entanto, se é o sonho que comanda a vida, e se há sonhos com algum luxo? Claro que sim. Sonhar faz parte da condição humana e, quer queiramos quer não, todos nós acabamos por sonhar com o pouco provável de alcançar. Somos seres consumistas e humanamente insatisfeitos.
Uma personalidade que admira
Hernâni de Carvalho. O mundo precisa de mais pessoas com a capacidade de verbalizar descontentamento e que sejam defensores da Justiça. Pensar todos pensamos, mas poucos são os que têm a capacidade de exteriorizar pensamentos.
Um actor que gostava de levar a jantar
Esta pergunta é um pouco comprometedora. Na verdade, há 20 anos levava um actor. Agora substituía o actor por alguém com uma posição mais respeitável e considerável. Há 20 anos, diria David Charvet, pelo contemplar da beleza. Hoje, respondo Papa Francisco, pelo contemplar da alma.
Um restaurante da região
Se há coisa que aprecio na nossa região é a gastronomia, mas adoro a “auto-gastronomia”. Na verdade, diversidade e qualidade não falta na nossa região. O que falta, são mesas. Não vou descriminar, nem discriminar.
Um prato de eleição
Vou ter de me render a dois pratos: ao arroz de polvo e ao arroz de cabidela da minha mãe
Um refúgio na região
São imensos os recantos repletos de magia e de luz fantásticas, mas também são muitos os portugueses com problemas ao nível da saúde mental (um em cada cinco) que, nos últimos tempos, acabaram por comprometer grande parte da nossa beleza paisagística. Alguma vez vamos voltar a ter o prazer de contemplar o nosso pinhal como outrora?
Um sonho para Leiria
Um sonho para Leiria não. Vários. Que o coração dos leirienses seja reflexo de gestos de solidariedade, com menos egoísmo. Com uma aposta mais intrínseca. Com uma maior capacidade de empatizar e de sentir o outro. De olhar e ver ao mesmo tempo. Que seja uma virose que se crie entre os demais. Sonhos que não precisam de verba. Sonhos que se concretizam com falta de orçamento, mas jamais com falta de valores.