Depois de 15 anos 'enclausurada' num restaurante, Sónia Bonito resolveu que a sua vida teria de ter outro rumo e criou um salão de beleza ambulante, que anda de localidade em localidade por vários concelhos.
"Estava um bocadinho cansada de estar sempre fechada no mesmo sítio. Estive num restaurante 15 anos, que depois fechou e fiquei desempregada", explicou à agência Lusa a jovem empreendedora, de 38 anos, residente no Rabaçal, concelho de Penela.
Ainda pensou em projectos na área do turismo, depois de ter obtido formação nesse sector, mas acabou por tirar um curso de depilação e comprar uma roulotte que transformou num salão de beleza ambulante, no qual presta serviços de cabeleireiro, manicura, pédicure, depilação e massagens para mulheres, homens e crianças.
Com o slogan Sinta-se bonito, sinta-se perfeito/venha experimentar este novo conceito, o veículo percorre, uma vez por mês, 12 localidades dos concelhos de Ansião, Penela, Condeixa-a-Nova, Soure e Miranda do Corvo, situados em torno da Serra de Sicó, que abrange municípios dos distritos de Leiria e Coimbra.
"Pensei em ir a casa das pessoas prestar estes serviços, mas entendi que era entrar na sua privacidade e não me senti bem com isso. Então resolvi apostar numa roulotte e ir prestar estes serviços à porta das pessoas", explicou Sónia Bonito, que está a concluir a formação em cabeleireira, e se faz acompanhar da colaboradora Cristiana Fonseca.
O conceito é pioneiro, garante a empresária, que inicialmente pensou em transformar uma autocaravana, mas teve "um bocadinho de receio de fazer um investimento tão grande porque depois as pessoas podiam não aderir".
"Depois decidi fazer uma coisa mais pequena e avancei para a roulotte que ficou mais económica", disse Sónia Bonito, referindo que o investimento atingiu os 40 mil euros, depois de quatro meses de burocracias para licenciar a caravana como salão de cabeleireiro.
Dentro do veículo, os clientes encontram um ambiente perfeitamente idêntico ao de um tradicional salão de beleza: lavatório, secador de pé, água quente, marquesa e todas as comodidades proporcionadas pelo ar condicionado e uma televisão.
Satisfeita pelo sucesso que o negócio está a alcançar, apesar de andar na rua há pouco mais de quatro meses, a empresária destaca que o seu conceito permite aos clientes pouparem tempo e também dinheiro.
"As pessoas não precisam de se deslocar e podem ir arrumando a casa enquanto aguardam a sua vez, além de pagarem menos do que num salão normal, porque nas aldeias é impossível colocar preços muito altos", sublinhou.
Agência Lusa/Jornal de Leiria