Citius, altius, fortius. O lema dos Jogos Olímpicos aplica-se que nem uma luva a Samuel Remédios. Todos os dias, a cada dia, este rapaz de 24 anos faz os sacrifícios possíveis e imaginários para se tornar num atleta mais completo.
Sabe que tem mesmo de ser assim, porque a Samuel não basta ser bom numa disciplina, ele quer ser bom em todas. Ou não fosse ele um atleta de… provas combinadas.
Sessenta metros, salto em comprimento, lançamento do peso, salto em altura, 60 metros barreiras, salto com vara e mil metros. Seria difícil encontrar um cocktail mais explosivo, mas é precisamente esse o encanto do heptatlo.
Sete provas, sete testes, e no final não ganha o mais rápido, o mais forte, ou o mais ágil, mas aquele que melhor complementa estas características.
Ali para os lados de São Mamede, no concelho da Batalha, às portas da cidade de Fátima, vive um destes super-homens. Nos próximos dias vamos ouvir falar, e muito, da força que o faz correr.
Quando o leitor estiver debruçado sobre estas linhas, Samuel Remédios estará na cidade de Portland, nos Estados Unidos, a olhar para o Pacífico e a concentrar-se naquele que é o maior desafio da carreira.
O atleta que há duas temporadas trocou o Grupo de Atletismo de Fátima pelo Sport Lisboa e Benfica participa, durante sexta-feira e sábado, nas sete provas numa só do Campeonato do Mundo de pista coberta, em atletismo, evento para o qual foi convidado por ser detentor de uma das melhores marcas mundiais do ano.
O estudante de Engenharia Aeroespacial já esteve num Europeu de juniores e noutro de sub-23, mas sempre na prova de 110 metros barreiras. Em Portland será a estreia ao mais alto nível como heptatlonista e vai ter a honra de partilhar a pista com o maior de todos.
“Espero uma grande prova, com uma enorme prestação do Ashton Eaton, que pode bater novamente o recorde do Mundo. Quanto a mim, vou tentar superar alguns máximos pessoais e disfrutar. Estou ciente de que posso bater o recorde nacional e esta será uma prova perfeita para fazê-lo”, sublinha Samuel Remédios, que está a escassos 41 pontos dos 5.930 de Mário Aníbal, marca que subsiste como máximo português desde 2000.
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