A formação de professores foi a génese da escola. Com a instabilidade na docência como se diferencia a ESECS para captar alunos?
A formação de educadores e de professores é uma área muito especial, que, no nosso caso, tem um grau de exigência na formação e na entrada daqueles que optam por uma vida ligada ao ensino. Contrariamente ao que tem sido o panorama nacional, esta escola tem tido muita procura. Este ano completámos todas as vagas. Esta é uma área para a qual há necessidade de mais profissionais, particularmente no litoral. Não formamos professores suficientes para as necessidades da região e diariamente são-nos solicitados mais professores para determinadas áreas. Em termos de empregabilidade é um dos cursos com empregabilidade máxima. A escolaridade obrigatória até ao 12.º ano faz com que esta área de formação específica tenha de voltar a ser uma prioridade. Na maior parte dos casos, quem escolhe esta profissão fá-lo por convicção e com consciência do seu papel na sociedade. É um curso muito vocacional. As pessoas escolhem-nos fruto da rede de contactos e parceiros que temos na região.
O que vos distingue nesta licenciatura?
Temos mais de 95% dos professores doutorados, especialistas e com investigação na área, que são aspectos que avaliam a qualidade do curso. Há um aspecto que tem a ver com a prática e, no nosso caso, desde o 1.º ano os nossos estudantes têm oportunidade de desenvolverem as suas práticas pedagógicas em diferentes contextos educativos, formais e não formais, e [LER_MAIS]oportunidade de experienciar e desenvolver competências profissionais, relacionais e sociais. É um aspecto que nos distingue.
A internacionalização tem sido uma aposta?
Ao longo destes 40 anos, a relação com as comunidades de língua portuguesa sempre foi muito forte e temos procurado preservar as relações de amizade e os conhecimentos que temos com as instituições de vários países. Além dos cursos dedicados exclusivamente a estudantes internacionais, a ESECS tem estabelecido parcerias, que permitem divulgar a nossa oferta formativa e estar atenta às necessidades dessas outras comunidades com as quais nos relacionamos. Tem também permitido desenvolver invesitigação conjunta, atrair estudantes e professores. Temos um conjunto de professores internacionais convidados, o que tem permitido apostar na diferenciação dos nossos serviços, das nossas formações, criando por exemplo duplas titulações. Para nós é fundamental que é a comunicação inter-institucional quer com os parceiros locais, regionais, mas também internacionais. Desde o início estamos muito ligados à cooperação com os Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa (PALOP), Brasil e Timor. Cerca de 12% dos 2307 estudantes da ESECS são estrangeiros. Temos da Ásia e exclusivamente com programas de cooperação 157 estudantes, temos mais de cerca de 30 estudantes em programas de Erasmus, o que cria uma certa diversidade linguística e cultural e mais desafios.