O Santuário de Fátima recebeu, no ano passado, quase cinco milhões de peregrinos, ou seja, mais do dobro do que no ano anterior, aproximando-se, assim, dos números de pré-pandemia.
O aumento de fiéis reflectiu-se nas receitas da instituição, que, no ano passado, rondaram 18,6 milhões de euros, maioritariamente provenientes das esmolas dos peregrinos. Comparando com 2021, houve um aumento de 23% das receitas, que, no entanto, ficaram abaixo dos 20,3 milhões registados em 2019, último ano antes da pandemia.
Quanto às despesas, os dados indicam que, no ano passado, o Santuário de Fátima gastou 17,7 milhões de euros, o que significa que as contas da instituição registam um saldo positivo próximo de um milhão de euros (970 mil euros).
Os gastos com pessoal representam a maior fatia das despesas, com os salários dos funcionários a totalizarem 5,4 milhões de euros. Os custos com serviços e fornecimentos externos cifraram-se em 3,1 milhões, também em resultado da subida generalizada dos preços, nomeadamente da energia, como salientou o reitor da instituição, Carlos Cabecinhas.
Reitor fala em contas “equilibradas”
Segundo o responsável do templo mariano, os números apresentados expressam “contas estáveis e equilibradas”. “O rigor com os gastos é total, em respeito efectivo pela missão do Santuário e pelo contributo dos peregrinos”, afirmou.
Carlos Cabecinhas recordou que houve dois anos – 2020 e 2021- em que , “naturalmente” se registou” um saldo negativo e claramente negativo que teve que ver com uma quebra de presença de peregrinos”. “Não havendo peregrinos, não há donativos que é a nossa principal fonte de receita. Mas, tirando esses dois anos excepcionais, 2020, 2021, as contas do Santuário são habitualmente contas equilibradas”, frisou.
O sacerdote reiterou a preocupação “é de manter sempre este equilíbrio entre aquilo que são os rendimentos e aquilo que possam ser as despesas do santuário”, alegando que foi feito “um esforço enorme para a diminuição das despesas”.
Milhares de horas de trabalho voluntário
Além dos 331 funcionários, dos quais 29 estudantes (trabalham a tempo parcial), o Santuário contava, no em Dezembro último, com 321 voluntários inscritos e a colaborar de forma regular com a instituição, um número que não inclui a colaboração de escuteiros e dos Servitas.
Só os escuteiros totalizaram “três mil horas” de voluntariado entre Maio e Outubro, salientou Carlos Cabecinhas que realçou ainda o trabalho voluntario prestados pelos funcionários do Santuário que, no ano passado, totalizou 60 mil horas além do seu serviço”