Ao longo deste ano já saíram do Santuário de Fátima 24 trabalhadores, mas “nenhuma das demissões correspondeu a extinção de postos de trabalho”, garante a entidade em comunicado divulgado ontem ao fim do dia.
No documento, o Santuário de Fátima explica que “houve saídas de trabalhadores por motivos de reforma, por não renovações de contrato de trabalho a termo e, 1/3 das mesmas, por iniciativa do trabalhador”.
A entidade adianta que foi feita a todos os trabalhadores “uma apresentação das actuais dificuldades e foi dito que, dada a redução de actividade, o Santuário está receptivo a propostas para a realização de acordos de revogação de contrato, garantindo que aqueles que estejam mais próximos da idade de reforma possam manter o seu atual rendimento até essa data”.
“Manifestou-se ainda disponível para concessão de licenças sem vencimento, nos casos em que isso interessasse a algum trabalhador. Estas possibilidades foram apresentadas para os casos em que alguém o solicite de forma voluntária. Nenhum trabalhador foi convidado a deixar a instituição”, frisa o documento.
“Qualquer número que tenha sido referido em respostas anteriores aos jornalistas foi no sentido de sublinhar que não estava em curso um plano de despedimentos e que eventuais rescisões não seriam nos números que circulavam na comunicação social”.
À Lusa, a porta-voz do Santuário referiu que poderiam vir a ser dispensadas até 50 pessoas, mas a TVI avançou que seriam 100. Esta estação avançou igualmente que os padres em cargos de direcção ganham agora cerca de 3500 euros cada. Nos últimos anos, de modo geral, o santuário não apenas aumentou os salários como também o número de contratações, revelou ainda.
Agora, “tal como a generalidade das instituições e empresas, também o Santuário de Fátima foi fortemente afectado pelas consequências económico-financeiras da pandemia que enfrentamos”.
“Entre Março e Julho os grupos inscritos tiveram uma diminuição superior a 99%” e ao mesmo tempo as ofertas sofreram uma quebra superior a 77%. “Não obstante as evidentes dificuldades de gestão, comuns a toda a sociedade, o santuário assegurou os postos de trabalho dos seus trabalhadores, pagando integralmente os vencimentos de todos”, lê-se no comunicado.
Os responsáveis adiantam que “qualquer decisão em relação a medidas futuras será devidamente ponderada, tendo em conta os desenvolvimentos da situação económica do santuário e a adesão dos trabalhadores às possibilidades apresentadas”.
“Em qualquer dos casos, serão feitos todos os esforços para encontrar soluções que não impliquem despedimentos”, refere o documento, que acrescenta que “na gestão económico-financeira e na gestão de recursos humanos, o Santuário de Fátima não se orienta por critérios meramente económicos, mas pauta-se pelos princípios da doutrina social da Igreja e tem sempre em conta as condições sociais de cada trabalhador”.