O Santuário de Fátima prepara-se para aumentar a sua área de olival. Actualmente, existem perto de 5.500 oliveiras nas propriedades da instituição, não só na área envolvente ao recinto religioso, mas também nos Valinhos. A essas árvores irão juntar-se mais 100, cuja plantação “está prevista para breve”, adianta o gabinete de comunicação do Santuário.
Segundo informação enviada ao JORNAL DE LEIRIA, nesta nova plantação a instituição continuará a apostar em variedades tradicionais da região, como a oliveira galega e a lentrisca. A par do enquadramento paisagístico, com a preservação de uma das principais espécies arbóreas das Serras de Aire e Candeeiros, as várias áreas de olival permitem ao Santuário ter uma produção regular de azeite.
Já em fase final, a colheita deste ano rondou as 17 toneladas de azeitona, que renderam à instituição cerca de 1.800 litros de azeite, já retirando a maquia, ou seja, a quantidade entregue ao lagar pelo trabalho da transformação da azeitona, feito pela Cooperativa de Olivicultores de Fátima.
Comparando com a colheita de 2023, houve um acréscimo de produção, mas ainda longe das quantidades registadas noutros tempos. No ano passado, o Santuário entregou naquela cooperativa “13 toneladas de azeitona, quando no passado, chegou a exceder as 30 [toneladas]”, referia um artigo publicado, em Agosto, no site da instituição, que destacava o olival dos Valinhos, constituído por cerca de 1.000 árvores e que é o maior da instituição.
“Existem outros com menor número, mas também se vêem oliveiras dispersas entre carvalhos e azinheiras”, acrescentava o artigo. Na resposta ao pedido de informação enviado pelo JORNAL DE LEIRIA, a instituição esclarece que o azeite produzido “é todo para consumo nas casas do Santuário: Casas de Retiros de Nossa Senhora do Carmo e de Nossa Senhora das Dores e Centro Pastoral de Paulo VI”.
Mancha verde com 60 hectares
A mancha verde que abraça o Santuário e que contribui para “manter o cenário de paz e o ambiente propício ao silêncio” que caracteriza Fátima, totaliza cerca de 60 hectares, dos Valinhos à Cova da Iria. Entre o verde “espontâneo” predominam os carvalhos e as azinheiras, com as oliveiras a serem terceira espécie com maior número de exemplares. Ocasionalmente, avistam-se pinheiros e eucaliptos.
Entre os milhares de árvores, algumas já centenárias, há uma que se destaca: um carvalho existente nos Valinhos com cerca de 14 metros de altura, 29 metros de diâmetro de copa e 3,1 metros de perímetro de tronco. “Este será possivelmente o nosso melhor exemplar”, apontava José Sales, coordenador do Serviço de Espaços Verdes e Limpeza de Exteriores do Santuário, naquele artigo publicado, em Agosto no site da instituição.