O Aeroporto da Madeira é o único ponto de ligação entre este arquipélago e Portugal continental, sendo conhecido por alguns motivos, entre eles o icónico busto de bronze de Cristiano Ronaldo e a sua pista de aterragem.
Qualquer português que já tenha passado pelo Aeroporto da Madeira sabe o que é aterrar numa plataforma com mais de dois mil metros de comprimento, assente em 180 pilares sobre o oceano. A experiência pode ser algo aterradora e já fez com que o Aeroporto da Madeira chegasse a ser distinguido pela revista norte-americana Condé Naste Traveler como um dos aeroportos mais assustadores do mundo.
Contudo, o verdadeiro perigo para os passageiros do Aeroporto da Madeira não está na pista de aterragem e muito menos no incomparável busto de Ronaldo. Tal como acontece em muitos outros aeroportos, o principal ponto de entrada no Funchal é sobretudo perigoso para a cibersegurança de quem o frequenta…
A relação perigosa entre os hackers e os aeroportos
O movimento de passageiros no Aeroporto da Madeira praticamente duplicou no ano passado, o que não passou despercebido aos cibercriminosos. Os aeroportos um pouco por todo o mundo têm sido escolhidos por hackers para cometer diversos crimes, alguns dos quais envolvem portas USB adulteradas. Porquê os aeroportos? Porque são locais com muita movimentação, onde as pessoas tendem a sentir-se seguras e relaxadas.
A sensação de segurança no Aeroporto da Madeira, no entanto, pode ser apenas aparente. Tal como qualquer outro aeroporto, encontra-se exposto a uma nova técnica sofisticada, conhecida como “juice jacking”. Para os hackers, o juice jacking consiste em adulterar as portas USB disponibilizadas para as pessoas carregarem os seus telemóveis no aeroporto, infetando-as com malware.
O malware é um software malicioso que pode ser utilizado para diversos fins, nenhum deles idóneo. Fora do país, houve casos de juice jacking envolvendo portas USB adulteradas que permitiram, por exemplo, que hackers acedessem a informação pessoal sensível das vítimas, incluindo palavras-passe e informações de cartões bancários.
As redes Wi-Fi públicas também são um risco para quem viaja para ou a partir do Funchal. Se estiver no Aeroporto da Madeira e precisar de utilizar a internet, é aconselhável que recorra aos dados móveis e não a estas redes. Lembre-se de que os hackers sabem exatamente como mascarar redes Wi-Fi duvidosas! Pode haver uma rede Wi-Fi chamada “Aeroporto da Madeira”, por exemplo, que tenha sido criada por um hacker.
Como ficar seguro no Aeroporto da Madeira?
Face a estes riscos, é fundamental ter um comportamento responsável quando estiver de passagem pelo Aeroporto da Madeira, especialmente no que à cibersegurança diz respeito. Além de evitar carregar o telemóvel nas portas USB do aeroporto (um powerbank é uma boa alternativa) e utilizar redes Wi-Fi públicas, o que mais podem os passageiros do Aeroporto da Madeira fazer?
Uma das ferramentas de cibersegurança mais eficazes a que podem recorrer é uma VPN, ou Rede Privada Virtual. As VPN permitem-lhe estabelecer uma ligação segura entre os seus dispositivos e o navegador da internet que utiliza, mantendo a privacidade do seu endereço IP. Esta primeira camada de defesa digital pode protegê-lo de vários potenciais ataques.
Também é recomendável que utilize a autenticação multifator, que pode fazer a diferença entre um hacker conseguir acesso às suas contas bancárias, redes sociais ou e-mail. A autenticação multifator consiste simplesmente em combinar mais do que um método de autenticação, como uma palavra-passe em conjunção com uma assinatura biométrica.
Por último, não se esqueça de manter as notificações do seu telemóvel ativas enquanto não estiver no avião. Estas notificações podem ser bloqueadas quando o telemóvel se encontra em modo de voo, mas são importantes para perceber se os seus dispositivos foram atacados. Se o seu computador ou telemóvel estiver em risco, é provável que isso não lhe passe despercebido: afinal, onde há fumo há fogo…
Cuidados redobrados
Não se esqueça ainda de que passar por um aeroporto exige cuidados redobrados, que não estão diretamente relacionados com a cibersegurança. Há sempre a possibilidade de furto, por isso mantenha os seus pertences debaixo de olho e evite redigir a sua morada completa na etiqueta da mala, já que um criminoso hábil pode usar esta informação para seu proveito.