O Centro Local de Apoio à Integração de Migrantes (CLAIM) de Leiria foi hoje inaugurado no edifício da Câmara Municipal e irá dar resposta a cerca de seis mil estrangeiros residentes no concelho.
“No Município de Leiria reconhecemos o importante contributo que a população de origem estrangeira, superior a seis mil pessoas, dá para o desenvolvimento e criação de riqueza para esta região, e desejamos que o nosso concelho possa ser olhado como opção definitiva de residência”, adiantou o presidente da Câmara de Leiria, Gonçalo Lopes.
O 117.º CLAIM inaugurado pelo Governo em todo o país irá contribuir para garantir uma “abordagem de proximidade e esclarecer dúvidas”, adiantou a secretária de Estado para a Integração e as Migrações, Cláudia Pereira.
A governante revelou que em Leiria existem 90 nacionalidades diferentes e 40% dos imigrantes são brasileiros.
“Os estrangeiros são 5% da população do residente em Leiria e o CLAIM vai assegurar os direitos das populações migrantes”, sublinhou, ao informar que os CLAIM já efectuaram “um milhão de atendimentos” desde a sua criação.
A funcionar com uma técnica, o CLAIM de Leiria terá sempre o apoio do Alto Comissariado para as Migrações para esclarecer dúvidas e dar formação sobre a legislação.
“A grande mais-valia é ter uma abordagem de proximidade. Poderá esclarecer dúvidas sobre a documentação do SEF [Serviço de Estrangeiros e Fronteiras], sobre o reagrupamento familiar, para trazerem os familiares, ou sobre como terem um contrato de habitação e de trabalho”, adiantou Cláudia Pereira, enaltecendo a importância do CLAIM estar a funcionar dentro das instalações da câmara, pois “é onde vão os portugueses e os migrantes”.
Para a secretária de Estado, “ter este centro muda a vida de um migrante”.
Considerando que receber um CLAIM em Leiria é “um passo no compromisso assumido pelo Município de Leiria na construção de um território pleno de igualdade”, Gonçalo Lopes defendeu um “aprofundamento dos mecanismos de apoio à população migrante que se encontra numa situação de especial vulnerabilidade face ao contexto pandémico que tende a acentuar os desequilíbrios e desigualdades sociais”.
Foi a pensar nesta população que o Município de Leiria alterou o regulamento do Fundo Municipal de Emergência Social, de modo “a abranger toda a comunidade migrante, mesmo a residente há pouco tempo, de modo a prestar apoio às pessoas que subitamente perderam as suas fontes de rendimento”, acrescentou Gonçalo Lopes.
Com 117 espaços por todo o país, os CLAIM são um serviço do Alto Comissariado para as Migrações em parceria com diversas entidades autárquicas ou da sociedade civil, que têm como objetivo apoiar em todo o processo de acolhimento e de integração dos migrantes, promovendo em simultâneo a interculturalidade a nível local.
A vereadora do Desenvolvimento Social, Ana Valentim, explicou que o CLAIM de Leiria terá uma técnica da área social a tempo inteiro que já teve formação com o Alto Comissariado para as Migrações.
“Vamos articular com as outras associações locais que já trabalham com esta população e vamos iniciar contactos para a semana. O objectivo é ter o nosso CLAIM em funcionamento na próxima segunda ou terça-feira”, revelou Ana Valentim.
Segundo a vereadora, os contactos com as associais locais irá dar informação sobre “a realidade da população migrante no concelho”.