“Constatámos o que nos tinha sido informado por cidadãos de freguesia, que denunciaram a ausência de meios de telecomunicação e de acesso à internet, naquela freguesia e noutras do concelho”, explica o deputado do BE eleito por Leiria, Ricardo Vicente.
O parlamentar constatou a ausência de acesso a chamadas de telemóvel e de telecomunicações básicas, que o JORNAL DE LEIRIA avançou. “O que nesta pandemia impede a população ao acesso à internet rápida e os alunos ao ensino à distância.”
O parlamentar, que reuniu com o presidente da Junta de São Bento, Tiago Rei, e com o presidente da Câmara, Jorge Vala, refere que as operadoras – MEO/Altice, Vodafone e NOS – se recusam a instalar novas linhas e equipamentos de comunicação por não verem aí qualquer interesse económico. “Neste e noutros concelhos portugueses de baixa densidade populacional.”
Jorge Vala mostrou, inclusivamente, aos elementos do BE, os e-mails que trocou com a MEO, que garante que 98% da população do concelho de Porto de Mós tem cobertura 4G. É fácil de constatar que é mentira, quando nem sequer chamadas se conseguem fazer.”
Como o JORNAL DE LEIRIA noticiou, o presidente da Câmara anunciou que irá reunir com o presidente da ANACOM em breve, e que espera que a instalação da nova tecnologia 5G, obrigue, como contrapartida, à instalação de telecomunicações nas zonas sem cobertura. “Mas não é garantido.”
Ricardo Vicente adianta que o BE vai questionar o Governo para saber que medidas está o Executivo tomar para garantir a cobertura de telecomunicações deste e de outros territórios, “para garantir que, em tempos de pandemia, esta que é a única forma de proceder ao ensino à distância e de encurtar o isolamento entre entes queridos, chegue a todos”.
A única coisa que parece certa é que, não havendo uma previsão de retorno financeiro, operador algum e, em especial a Meo/Altice, que comprou a Portugal Telecom, quando esta foi privatizada, se comprometerá a dar uma oportunidade aos cerca de 100 alunos e ao resto de São Bento e do concelho.
“É inadmissível o modo com se alienou a PT à Altice, e como um Estado soberano ficou sem capacidade de oferecer serviços públicos essenciais. A MEO deveria ser de gestão pública”, resume o deputado.