Janeiro de 2024 é a data apontada para a entrada “em pleno funcionamento” do Sistema de Mobilidade da Região de Leiria, que abrange os 10 municípios desta Comunidade Intermunicipal.
A criação de um bilhete único para os dez municípios, o alargamento do serviço de transporte a pedido a todo o território e a instalação de dispositivos com informação em tempo real dos horários das carreiras urbanas são algumas das novidades do sistema, que contemplará também a disponibilização de novas linhas, com o reforço das ligações Leiria-Marinha Grande e Leiria-Pombal.
O objectivo é garantir “melhor planeamento, oferta, bilhética e sistema tarifário, e informação”, assegurou Paulo Batista Santos, primeiro secretário executivo da Comunidade Intermunicipal da Região de Leiria (CIMRL), durante a apresentação do sistema, que teve lugar esta manhã.
O sistema agora apresentado decorre da nova concessão serviço de transportes públicos, ganha pela Rodoviária do Lis, que terá a duração de quatro anos e que envolverá um montante superior a 25 milhões de euros. O serviço será assegurado por 115 autocarros, que farão as carreiras interurbanas, a que se somam 36 viaturas dos sistemas urbanos Mobilis (Leiria), Tumg (Marinha Grande) e Pombus (Pombal).
Na sessão realizada esta manhã, a CIMRL assinou um contrato com o Instituto da Mobilidade e dos Transportes formalizando a adesão à plataforma “1Bilhete.pt”, que vai permitir a integração da bilhética do Sistema de Mobilidade da Região de Leiria no sistema nacional.
Frisando que, de acordo com os dados dos Censos 2021, Leiria é a região do País que “nas deslocações [de casa] para o trabalho mais utiliza o automóvel ligeiro”, Pedro Pimpão, vice-presidente da CIMRL, salientou a necessidade de alterar esta realidade nos próximos anos, reduzindo “significativamente” o uso do transporte privado e reforçando o uso dos transportes colectivos”.
Para tal, o autarca, que preside ao Município de Pombal, entende que o Governo deve reforçar os apoios aos municípios, nomeadamente, através do PART – Programa de Apoio à Redução Tarifária nos Transportes Públicos e do Programa de Apoio à Densificação e Reforço da Oferta de Transporte Público (PROTransP), e apelou ao uma melhor distribuição dos valores.
“O nível de comparticipação para a Região de Leiria é de apenas de 1,2% (2,6 milhões de euros), o que compara com 62% para a Área Metropolitana de Lisboa (142,5 milhões de euros)”, apontou Pedro Pimpão, defendendo que se deve “olhar para estas diferenças territoriais” e “promover o transporte público a nível nacional”.
Em resposta, o secretário de Estado da Mobilidade Urbana, Jorge Delgado, reconheceu que a forma como o PART foi criado dá a “sensação de distribuição desigual das suas verbas” e revelou que o Governo está a trabalhar na revisão do modelo.
“Não podemos ignorar onde já existem sistemas, mas temos de ter o cuidado de permitir os territórios onde a utilização de transporte público é muito baixa possam ter uma ajuda adicional para dar um incremento” ao uso do transporte colectivo, disse o governante.
Jorge Delgado acrescentou ainda: “As pessoas não vão alterar comportamentos por decreto. Temos de mostrar às pessoas que há alternativas que asseguram qualidade, eficiência e que correspondem àquilo que elas têm como objectivo de viagem”.