Dizem que é o “próximo passo no combate ao insucesso escolar”. O MAPIE é um software da associação Tempos Brilhantes, sediada no concelho de Penela, distrito de Coimbra, desenvolvido com investigadores da Faculdade de Psicologia e Ciências da Educação da Universidade de Coimbra que promete continuar um trabalho iniciado em 2018, alcançando 100 mil alunos em Portugal.
A solução digital será apresentada amanhã, sexta-feira, na Marinha Grande.
O MAPIE – Mapa de Alerta Precoce do Insucesso Escolar sucede a SAPIE – Sistema de Alerta Precoce do Insucesso Escolar, colocado a funcionar há três anos em 102 agrupamentos de escolas de norte a sul do País, monitorizando cerca de 100 mil alunos de mais de 60 concelhos.
Os promotores calculam que o serviço tenha evitado até agora 500 retenções, o que significa uma “poupança equivalente a 1,8 milhões de euros”, acrescentam em comunicado os responsáveis do agora MAPIE.
“Mais do que as métricas”, sublinha Núria Costa, relações públicas da empresa, “o balanço é espectacular, porque, no terreno, percebeu-se que, em muitos agrupamentos, os dados recolhidos pelo sistema acabaram por facilitar muito a vida profissional de professores e directores de agrupamentos”.
A solução informática foi agora reforçada para definir “perfis de risco ainda mais rigorosos”, acrescentando indicadores de saúde e dados socio-demográficos ao algoritmo que segue o modelo americano, combinando assiduidade, comportamento e aproveitamento.
A escolaridade materna ou o escalão de acção social são algumas das novas informações tidas em conta para, “de forma cada vez mais aperfeiçoada”, antecipar a incidência de insucesso.
“Ouvimos os vários agentes envolvidos e construímos gráficos mais adaptados às necessidades, permitindo o acesso a informação que de outra forma não estava disponível”, reforça Núria Costa, assinalando o “‘layout’ melhorado, o mapeamento do território, criação do MAPIE Autarquia e intervenções simplificadas” como outras novidades.
A partir do cruzamento de todas as informações, MAPIE funciona como “um radar que monitoriza os indicadores de risco e gera alertas precoces”, enviando-os a professores, responsáveis de agrupamentos escolares, famílias e autarquias.
Com esta evolução, vem também a aposta na internacionalização. O MAPIE quer chegar a “novos mercados” e incorporar “conhecimento de fora para dentro”.
Até 2022, internamente o objectivo é crescer 50% e chegar a 150 agrupamentos de escolas. No estrangeiro, a ambição “é atingir os 200 agrupamentos de escolas no Brasil e entrar no mercado de Angola e Moçambique”, avança a responsável da empresa.
A apresentação de MAPIE está agendada para sexta-feira, às 10:30 horas, na Escola Secundária Eng. Calazans Duarte, na Marinha Grande.