Os diferentes programas que integram o Plano Nacional de Saúde (PNS), apresentado esta segunda- -feira em Leiria, só chegarão à população com maior sucesso se tiverem a colaboração a nível local e regional.
Este é o entendimento dos especialistas que estiveram presentes no evento. Maria João Gregório, directora do Programa Nacional para a Promoção da Alimentação Saudável da Direcção-Geral da Saúde (DGS) sublinhou que é importante “construir ambientes alimentares mais saudáveis” e isso só se alcança com medidas locais e regionais.
A especialista exemplificou o papel dos municípios que gerem as escolas, das Instituições Particulares de Solidariedade Social, que dão apoio a pessoas mais vulneráveis, e até a necessidade de criar condições estruturais nas residências de estudantes para que preparem as suas próprias refeições.
Também Rita Sá Machado, directora-geral da Saúde, anunciou que o objectivo do PNS é ir ao encontro das pessoas e interligar-se com os planos locais de saúde, “que se mantêm como os instrumentos de planeamento estruturantes para a saúde”, nomeadamente para as Unidades Locais de Saúde (ULS), para os municípios e para as regiões.
O plano local de saúde tem de ser construído “em conjunto com os parceiros, quer sejam os municípios, o sector social, ambiental, educação, forças de segurança, artes, as comunidades de fé, associações de doentes, todos eles deverão participar”.
“A DGS não pretende que seja apenas um documento estratégico, mas que possa ser vertido naquilo que são experiências locais e experiências também regionais”, apontou, ao explicar que descentralizar estes eventos é “muito importante para fazer a ligação comunitária”, uma vez que são os “actores do terreno que fazem a verdadeira diferença na saúde das populações”, revelou Rita Sá Machado.
Pedro Morouço, investigador e director da Escola Superior de Educação e Ciências Sociais, explicou a importância da actividade física na prevenção de doenças e enalteceu a primeira consulta de prescrição de exercício físico que foi criada na Unidade Local de Saúde Santiago, em Leiria.
O gamer designer, Micael Sousa, mostrou como os serious games podem ser utilizados para definir estratégias municipais na saúde, exemplificando com os trabalhos já realizados nas câmaras de Leiria e da Marinha Grande.
“Um jogo é um sistema interactivo onde os utilizadores podem experimentar resultados das suas decisões e gerador de experiências governado com regras e mecânicas para gerar progressão e resultados”, acrescentou, ao lembrar que os jogos têm sempre um objectivo e que podem também ser utilizados na promoção da saúde.