O presidente da Recilis, David Neves, revelou, na última sexta-feira, que existem “várias instituições bancárias disponíveis” para financiar a construção da Estação de Tratamento de Efluentes Suinícolas (ETES), com um montante na ordem dos 12 milhões de euros.
O anúncio foi feito durante a sessão de Assembleia Municipal (AM) de Leiria e acontece num momento em que o Ministério do Ambiente, em articulação com a Águas de Portugal, está a desenhar uma solução alternativa à da Recilis, depois de perdidos 9,1 milhões de euros de fundos comunitários para a ETES.
“Temos sido pró-activos para ajudar a resolver a questão do tratamento dos efluentes suinícolas. Posso informar que a banca está disponível para apoiar em cerca de 12 milhões de euros a construção da ETES”, disse David Neves, defendendo que a verba restante – nove milhões de euros – poderia passar por uma solução que envolvesse o Estado e os municípios.
Na sua intervenção, David Neves saiu em defesa do sector suinícola, que disse “não enjeitar a sua responsabilidade no passivo ambiental da região” e que “tem trabalhado afincadamente” para a “resolução definitiva do tratamento dos efluentes”.
[LER_MAIS] O dirigente afirmou ainda que aquilo que se passa na região “não é diferente do que acontece no resto do País” e lamentou que o assunto seja usado como “arma de arremesso político” e “palco para muitos protagonismos”.
David Neves recordou o que se passa no Oeste, onde foi montado um modelo semelhante ao de Leiria, ao qual o Estado já afectou “quatro milhões de euros” num projecto “parado há 11 anos”. Neste caso, “o ministro alega que não avançou porque a conjuntura do País não o permitiu. Em Leiria, somos incompetentes.”
O presidente da Recilis foi depois confrontado com algumas questões de deputados municipais, nomeadamente sobre as razões pelas quais não há mais efluente suinícola a ser tratado na ETAR Norte, na freguesia do Coimbrão.
David Neves frisou que “há constrangimentos de descarga” no local, o que obriga a que os efluentes sejam reencaminhados para a ETAR da Bidoeira, onde são sujeitos “a separação de sólidos e líquidos”, voltando depois à ETAR Norte.
Já antes, Paulo Pedro, eleito do PS, recordou que “todos pagamos para tratar o lixo e os resíduos industriais”, recusando a ideia de um Estado “paternalista” em relação às suiniculturas. “Não dizemos que o Estado tem de pagar. Há fundos disponíveis que podem ser usados e os suinicultores também assumirão a sua parte”, respondeu David Neves.
Batalha pede urgência na construção da ETES
A Assembleia Municipal da Batalha aprovou uma moção a exigir ao Governo a apresentação, “no menor espaço de tempo", do estudo técnico e financeiro do projecto para construção da Estação de Tratamento de Efluentes Suinícolas (ETES), estrutura “essencial ao plano de despoluição da bacia hidrográfica do Lis” e à “regularização do sector pecuário" na região.
A moção defende ainda que, até à entrada em exploração da estação, "seja implementado um plano intermédio de salvaguarda ambiental, tendo como principais objectivos a monitorização dos espalhamentos autorizados e o controlo da recolha e transporte dos efluentes “e do respectivo encaminhamento” para as unidades em funcionamento.