Os trabalhadores da Sumol/Compal de Pombal vão, na próxima semana, fazer uma greve para exigir aumento dos salários, redução do horário de trabalho semanal e mais dias de férias.
A greve tem início às 23:30 de terça-feira e termina às 8 horas de quinta-feira, reivindica Mariana Rocha, dirigente do Sindicato dos Trabalhadores da Agricultura e das Indústrias de Alimentação, Bebidas e Tabaco de Portugal.
“Actualmente, a maioria dos 60 a 70 trabalhadores de Pombal recebem o salário mínimo, que consideram ser muito baixo, e apresentaram proposta de negociação à empresa de um aumento de 90 euros para todos”, afirma.
A carta reivindicativa inclui também a exigência de passagem de 40 para 35 horas semanais de trabalho e o aumento do período de férias de 22 para 25 dias. “Há contratos que têm a majoração das férias, ou seja, o trabalhador que não falte ao longo do ano tem mais três dias.
O que os trabalhadores pretendem é que isso deixe de ser uma condição e passem a ter 25 dias independentemente de faltarem, ou não, ao serviço durante o ano”, explica Mariana Rocha.
O pré-aviso foi aprovado num plenário realizado em 15 de Junho, estando previsto um período de greve de quatro horas por turno.
“A opção pelas quatro horas foi para não penalizar tanto a bolsa dos trabalhadores, porque o salário é muito baixo. Eles estão disponíveis para fazer alguma coisa, mas temos a plena consciência de que é uma luta que pode ainda demorar algum tempo”, justifica.
A dirigente sindical conta que, entretanto, a empresa convocou os trabalhadores “para uma reunião no dia 28 ou no dia 30”.
“Aguardamos que a empresa seja célere e nos possa propor uma reunião antes do dia da greve”, afirma, acrescentando que o pré-aviso só será retirado caso “da reunião saiam resultados que os trabalhadores aceitem”.
Mariana Rocha admite que a empresa “está um bocado descontente”, porque fez um pedido de reunião e a seguir o sindicato convocou a greve, lamentando que tenha havido uma falha de comunicação dentro do sindicato.
“A empresa pediu a reunião ao sindicato no dia 16 e o pré-aviso foi enviado no dia 20”, conta, considerando que, no entanto, não haveria muito a fazer, porque “a empresa pediu a reunião posteriormente ao plenário”.
A responsável lembrou que “já tinha havido uma reunião de negociações em 17 de Junho e a empresa se comprometeu a dar uma resposta até a dia 1 de Julho, o que não fez”.
“O plenário realizou-se 15 dias depois, ou seja, esperámos um mês por uma resposta que não apareceu e, nesse sentido, os trabalhadores mandataram o sindicato a fazer o pré-aviso de greve”, acrescenta.