O suspeito de ter raptado uma menor na cidade de Leiria, que esteve desaparecida durante oito meses, saiu em liberdade, mas está proibido de contactar a vítima por qualquer meio e de se deslocar ao concelho de Leiria. A informação é avançada à agência Lusa por fonte judicial.
As medidas de coação foram anunciadas ao arguido esta manhã, após primeiro interrogatório judicial, iniciado esta quarta-feira, no Tribunal Judicial de Leiria.
A detenção foi anunciada pela Polícia Judiciária, na terça-feira. Em comunicado, a PJ dava conta da localização da jovem de 17 anos, residente em Leiria e dada como desaparecida desde finais de Maio do ano passado, encontrada numa casa em Évora, onde ficou fechada durante oito meses.
Segundo a Judiciária, “a coberto de uma suposta relação amorosa”, o suspeito manteve a rapariga “em completo isolamento social”, “aproveitando- se da sua persistente e recorrente dependência de jogo online, imaturidade e personalidade frágil”.
“Não estava presa, mas vivia iludida naquele ambiente de bolha”, revela fonte policial, segundo a qual, durante os oito meses em que esteve na casa, a jovem “passava a maior parte dos dias a jogar, sem contacto social com ninguém”, num quarto sem luz natural.
Na casa, vivia também a mãe do suspeito que, de acordo com fonte policial, “não tinha bem a noção do que se estava a passar”. No momento em que as autoridades a resgataram, a jovem revelou “dificuldade de comunicação” e reagiu de forma “atordoada” à luz solar. A rapariga foi, entretanto, entregue à família.
O desaparecimento da jovem, então com 16 anos, foi reportado às autoridades no dia 30 de Maio de 2022. Nesse dia, como era habitual, a jovem passou no local de trabalho da mãe, a caminho da escola, na Cruz da Areia, um percurso que fazia a pé. Não chegou, no entanto, a entrar no estabelecimento de ensino, como contou, então, a mãe ao JORNAL DE LEIRIA.
Depois de sair do emprego da progenitora, a jovem foi encontrar- -se com um homem, que, segundo foi possível apurar, tinha conhecido cerca de três anos antes através de chats de jogos online. Segundo fonte policial, o suspeito, empregado fabril e pai de dois filhos, não tem referências criminais e estava “socialmente integrado”.