Novidade em São Martinho do Porto, a funcionar há menos de três meses, a Taberna Marginal é pensamento e obra de José Elói, segunda geração da família proprietária do histórico café e restaurante Maratona, em Caldas da Rainha.
Ali, com a baía no horizonte, se encontra mais uma proposta de cozinha urbana, contemporânea, mas descontraída, num registo informal chic que serve de chapéu a outros investimentos. "Este espaço será um primeiro projecto de várias ideias que temos de poder crescer enquanto grupo, dentro de conceitos mais alternativos ligados à restauração e bebidas", explica o homem que tem a criatividade tatuada na memória, depois de anos na produção de eventos, publicidade e vídeo, período em que se inclui o colectivo de video jamming Video House Stars, com passagens nos festivais Sudoeste, residência no Lux e colaborações em concertos de Gomo e Blasted Mechanism.
Na Taberna Marginal, de portas abertas todos os dias, excepto almoços de segunda e terça-feira, mora um conceito muito diferente do Maratona, em que as palavras-chave são partilha e experiência. Pequenas porções para saborear em família ou com amigos, que proporcionam múltiplas oportunidades de degustação.
"Em vez de uma entrada, um prato e uma sobremesa, a pessoa pode ter seis ou sete momentos e experimentar várias coisas", explica José Elói.
Preço médio por cliente e refeição: 25 euros, incluindo bebida, sobremesa e café.
Numa ementa a seis tempos – petiscar, trincar, dipar, picar, partilhar e terminar – há um espírito de fusão e cozinha do mundo, com salada de polvo em molho de tonkatsu e peixe; bolo do caco com atum, maionese de algas wakame e chips; guacamole com tomate seco, milho frito, cebola roxa, puré de feijão, jalapeños e nachos; croquetes de espinafre com molho tzatziki; ceviche de peixe branco com leite de tigre, puré de abacate, cebola roxa, manga, gel de maracujá, malagueta, coentros e crocante de tapioca com caril; caranguejo de casca mole frito em tempura, abacate, coentros e lima; braz de codorniz e alho francês; pica-pau de entrecôte maturado com molho de carne e cerveja e batata doce frita, entre muitas outras opções, que não dispensam os tradicionais queijos e presuntos ibéricos.
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Em cima do balcão, a verdadeira mensagem na garrafa: White or Die e Red in Peace, criações da casa em parceria com o enólogo Rodrigo Martins, que assina toda a lista de vinhos.
Não é o único momento de autor. Há um verdadeiro catálogo de criatividade made in Caldas da Rainha que se abre aos olhos de quem entra na Taberna Marginal: das louças desenvolvidas propositamente pelo ceramista Francisco Correia, em busca da marginalidade na imperfeição de formas e nos acabamentos toscos, passando pelos gelados com monstro incluído, até ao design de interiores do ateliê Sousa Santos Arquitectos, entre o preto, o dourado e o mármore tradicional.
À procura da marginalidade numa taberna à beira-mar do Portugal turístico século XXI.