O primeiro a fazer-se à estrada foi o Mobilis, que começou a circular em Leiria em 2005. Seguiram-se o TOMA (Caldas da Rainha), o Pombus (Pombal), a TUMG (Marinha Grande), o Chita (Alcobaça) e o Gira (Batalha).
Neste anos, os vários sistemas de transportes urbanos do distrito já registaram mais de dez milhões de passageiros, com destaque para o Mobilis que, só nos últimos três anos, contabilizou cerca de 2,7 milhões, um número conseguido à custa de uma grande reestruturação da rede, que passou de quatro para nove linhas.
O Mobilis é hoje um serviço “focado para suportar as deslocações intra- -cidade, que assegura uma boa conectividade entre as linhas urbanas existentes”, realça a Câmara de Leiria, frisando que o sistema “contribuiu, em primeiro ligar, para estabelecer a ligação entre os principais equipamentos colectivos escolares, comerciais, desportivos, de saúde e de serviços, bem como com as áreas residenciais da zona urbana”.
Em relação a este último aspecto, o Município destaca a reformulação do sistema concretizada em 2016, por ter permitido levar a rede para as “periferias das freguesias inseridas no limite da zona urbana”.
A seguir ao Mobilis, a TUMG é a rede urbana da região com maior número de passageiros já transportados, registando uma curva sempre ascendente ao longo dos anos (ver infografia), fruto de sucessivos alagamentos. O sistema começou a funcionar em 2009, com quatro linhas, que foram sendo ampliadas, para ajustar a oferta à procura.
Foi isso que aconteceu, por exemplo, com a reformulação ocorrida em 2015, que levou à criação de uma nova linha e à ampliação dos percursos já existentes, com o objectivo de servir os utilizadores dos transportes ferroviários e “os pólos industriais e comerciais de relevo”, explica Fátima Cardoso, administradora da TUMG, que defende que “um sistema de transportes públicos, para além do seu efeito económico, constitui um importante instrumento de inclusão social”.
Em Junho do ano passado, a rede chegou também à freguesia da Moita e sofreu novos ajustamentos dos horários e dos percursos, ganhando ainda novas paragens, de forma a “adequar a oferta às necessidades de mobilidade da população, designadamente dos trabalhadores das zonas industriais”, e “a aumentar as alternativas de mobilidade da população estudantil”.
Mas as alterações não se ficarão por aqui. No ano em que completa uma década de actividade e quando contabiliza quase 2,7 milhões de passageiros transportados, a TUMG prepara-se para alargar a sua rede à freguesia de Vieira de Leiria.
[LER_MAIS] Em declarações ao JORNAL DE LEIRIA, Fátima Cardoso adianta que essa ampliação é um dos objectivos para 2019, de modo a “disponibilizar uma rede de transportes urbanos que abranja a totalidade do concelho”. Segundo a administradora da TUMG, para este ano está também a ser avaliada a possibilidade adquirir viaturas eléctricas ou movidas a hidrogénio.
Também a assinalar uma década de actividade, o Pombus -Transportes Urbanos de Pombal conta já com 2,3 milhões de passageiros. Mas, ao contrário do que aconteceu com a TUMG, que teve sempre uma curva ascendente, o Pombus tem vindo a sofrer uma quebra nos números. No ano inaugural, transportou cerca de 275 mil pessoas, sendo que, no ano passado, registou perto de 202 mil, o que representa uma quebra de 26%.
Segundo a Câmara de Pombal, está a decorrer um estudo da rede, através do qual o Município pretende “aferir da exequibilidade” do seu alargamento, de forma a potenciar “uma melhor cobertura das necessidades da população”, tendo por base a “quantificação da procura nas diferentes localidades”. Em cima da mesa, está a extensão do serviço a toda da freguesia de Pombal, abrangendo 46 lugares.
O estudo pretende ainda potenciar a rede através do ajustamento dos horários, tendo em conta os movimentos pendulares “identificados e previsíveis no médio prazo”, e avaliar a adequação dos itinerários assegurados pela Transdev, empresa que faz transporte colectivo no concelho, de forma a evitar “sobreposição de horários” e a promover “a complementaridade da oferta com a rede Pombus”.
Ao JORNAL DE LEIRIA, a Câmara adianta que a optimização do Pombus está integrada no Plano Estratégico de Desenvolvimento Urbano de Pombal e conta com um financiamento comunitário, já aprovado, na ordem dos 250 mil euros.
Além de custear o estudo, esse montante permitirá financiar a aplicação de um sistema que dará aos utilizadores informação, em tempo real, sobre os horários e a hora prevista de chegada das viaturas à paragem. Haverá ainda verbas para a aquisição de abrigos de passageiros.
O município de Caldas da Rainha está também a elaborar um plano de mobilidade urbana, que, entre outros aspectos, abordará a “problemática do transporte” público na cidade. Para já, a Câmara avança que, no curto prazo, será feito um “pequeno ajustamento” ao traçado da rede, de forma a que o TOMA possa vir a servir a futura Unidade de Saúde de Santo Onofre.
Alcobaça tem Chita gratuito
Com cinco anos de actividade, o Chita, sistema de transportes urbanos de Alcobaça, sofreu recentemente modificações. A principal prende-se com a gratuitidade do serviço, que funciona, para já, com apenas um autocarro, que faz a ligação entre os principais serviços públicos, pontos turísticos e áreas comercias da cidade.
Com a decisão de tornar o uso do Chita gratuito, em vigor desde o início do mês, a Câmara pretende “incentivar o uso do transporte público” e, dessa forma, “melhorar a mobilidade” e reduzir as emissões de dióxido de carbono.
Nesta linha, o Município anunciou também a substituição da actual viatura por uma eléctrica e a intenção de criar uma ligação entre Alcobaça e Nazaré, com recurso a um veículo desse género.
O Gira é o sistema de transportes urbanos da região mais recente. Começou a funcionar em Outubro de 2016, com três modalidades: GiraBatalha, um circuito urbano que funciona na vila e zona envolvente, chegando, por exemplo, ao hospital e à Unidade de Cuidados Continuados da Misericórdia (Brancas) e ao Centro de Interpretação da Batalha de Aljubarrota; o Transporte a Pedido e a ligação directa entre Batalha e Leiria, através da A19.
O presidente da Câmara, Paulo Batista Santos, faz um balanço “bastante positivo” dos cerca de dois anos e meio de Gira, não só pelo número de passageiros transportados – “uma média de 834 utilizadores por mês” – , mas também pela “valia da resposta qualitativa que representa no campo da mobilidade das pessoas”.
O autarca adianta ainda que, no âmbito do recente protocolo celebrado entre o Município e o Instituto Politécnico de Leiria, prevê-se o reforço do ligação directa entre Leiria e Batalha, para reforçar as ligações entre os diversos campus da instituição de ensino e a vila, que irá acolher duas residências para estudantes.