Nasceu numa oficina de encadernação, que funcionava ao lado da Segurança Social, e como forma de dar sequência a um curso de formação profissional para portadores de deficiência.
A conjugação de esforços, que envolveu técnicos da Segurança Social, alguns formandos e pais de pessoas com deficiência, fez o sonho tornar-se realidade, com a criação da OASIS (Organização de Apoio e Solidariedade para Integração Social), instituição de Leiria que, há 25 anos, presta apoio a cidadãos portadores de deficiência mental e motora.
Actualmente, são 60 utentes, repartidos pelas valências de lar residencial, Centro de Actividades Ocupacionais (CAO) e residência autónoma. Mas podiam ser muitos mais, se a instituição conseguisse dar resposta à extensa lista de espera, que já ultrapassou uma centena de pedidos.
“Quase todos os dias vêm pessoas perguntar por vagas. E não são só da região. Até do Algarve já nos pediram ajuda. Há quem nos peça para recebermos os seus familiares um ou dois dias por semana, para que possam sair de casa e ter uma ocupação”, conta Cecília Neves, presidente da Direcção da Oásis.
O problema, explica Bruno Mourinha, coordenador técnico do CAO, é que, “com a escola inclusiva alguns jovens frequentam as escolas normais, mas quando chegam aos 16 ou 18 anos, ficam sem repostas”.
Em muitos casos, “resta-lhes este tipo de instituições ou ficar em casa”, refere aquele técnico, frisando que, “à medida que as pessoas portadoras de deficiência e as suas famílias vão envelhecendo, as dificuldades são maiores”.
“Há muitos pais que não conseguem tomar conta dos seus filhos, que, com o avançar da idade, vêem agravadas as suas problemáticas”, nota.
Dos 60 utentes da OASIS, 27 vivem nos dois lares residenciais da instituição, localizados no Vale Sepal, Leiria, e sete na residência autónoma, que funciona em Porto Carro (freguesia de Maceira), onde está também a ser criada uma quinta pedagógica. Aí, estão os utentes “mais autónomos” que, “sempre com supervisão”, desenvolvem alguns trabalhos agrícolas e domésticos.
“Têm uma estufa, onde fazem as suas plantações e sementeiras e ajudam na lida da casa. Foi uma forma de darmos respostas às necessidades desses utentes e de colmatar a falta que muitos, oriundos de meios mais rurais, sentiam da vida do campo”, explica Bruno Mourinha, sublinhando que esses utentes continuam também ir ao CAO.
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