A União de Leiria vai tentar fazer acontecer Taça de Portugal no Estádio Dr. Magalhães Pessoa, nos quartos-de-final da prova agendada para os dias 6, 7 e 8 de Fevereiro.
Será o regresso de um jogo grande entre os leirienses e o Sporting, reavivando os tempos de glória da equipa do Lis, quando esta disputava a 1.ª Liga.
Apesar da prioridade da equipa ser o campeonato da Liga 2, onde ocupa actualmene o 12.º lugar, as surpresas na Taça de Portugal são habituais e fazem parte da história desta competição. Basta retroceder à época 2002/2003, quando a União de Leiria chegou à final no Jamor, de onde saiu derrotada frente ao FC do Porto.
Edson Canhão era o lateral esquerdo da altura e recorda ao JORNAL DE LEIRIA momentos que foram “mágicos”.
“Viver a final de uma Taça de Portugal diante de um grande clube, como é FC Porto é fazer história num clube que me abriu as portas para poder voltar à Europa. Foi um dia mágico e maravilhoso para mim, mas também para os adeptos e os outros jogadores”, salienta.
O antigo jogador brasileiro adianta que os emblemas mais pequenos procuram sempre uma “motivação extra quando defrontam grandes equipas como Porto, Sporting ou Benfica”.
Motivação aumenta
“Conhecemos a qualidade individual de cada atleta das equipas grandes, mas o pequeno tem de estar com outra concentração e nível de motivação para surpreender”, assume.
Para Edson, os jogadores quando defrontam Benfica, Sporting ou Porto aproveitam para também se mostrar. “É um jogo realmente especial, que tem sobre si a atenção de todo o País. Exige concentração elevada e aguardamos ansiosamente que o árbitro apite para o início da partida e viver aquele momento único, ainda mais quando se trata de uma grande final”, acrescenta.
O antigo esquerdino da União de Leiria mantém um “grande carinho” pelo clube, onde viveu “quatro épocas maravilhosas”.
Edson continua a acompanhar o emblema do Lis através das redes sociais e anseia pelo “regresso da equipa o mais rápido possível às grandes partidas do futebol português”, como essa que terá pela frente o Sporting, assume, ao referir que os leirienses têm uma história muito boa na 1.ª Liga, pelo que se “mantém na torcida” para voltar a ver a sua União numa grande final e no principal campeonato português.
“A Taça de Portugal dá precisamente a oportunidade dos pequenos poderem chegar a uma final”, adianta Edson Canhão, que depois de deixar de jogo formou-se em Educação Física e realizou vários cursos.
Actualmente, treina o Iporá, do campeonato Goiano, no Brasil, depois de uma curta passagem pelo Sporting da Covilhã. Do lado direito da defesa, alinhava há cerca de 20 anos na União de Leiria o capitão Luís Bilro, que participou também na final da Taça de Portugal e fez história com o clube.
“É algo especial”, admite, confessando que os jogadores se superam frente aos grandes.
Sabendo que Taça de Portugal é uma prova com um contexto próprio, onde muitas vezes os jogadores fazem as melhores exibições da época, Bilro tem consciência que o Sporting não é o adversário ideal para a União de Leiria continuar a seguir em frente na prova. Chegar à final seria ainda mais difícil, já que depois de afastar os ‘leões’, que lideram actualmente a 1.ª Liga, a equipa do Lis teria pela frente o Benfica.
No entanto, o ex-jogador alerta que não há vencedores antecipados, apesar das probabilidades jogarem a favor dos grandes. Luís Bilro conta que nestes jogos a responsabilidade está do lado das equipas grandes, o que se traduz, por vezes, em resultados inesperados.
Campeonato é prioridade para União
“Nesta fase ainda estão duas equipas da Liga 2 em competição, o que mostra a qualidade que existe nessa prova. Mas os jogadores sabem que estes jogos são uma montra. São vários aqueles que fazem época regulares e revelam-se nestas partidas, resultando em contratações. É muito aliciante para os jogadores e uma possibilidade de se mostrarem”, insiste.
Armando Marques, presidente da SAD da União de Leiria, vê com agrado o regresso de grandes jogos a Leiria, mas garante que não tem aspirações na Taça de Portugal.
“O nosso objectivo é o campeonato, chegar o mais rapidamente possível à 1.ª Liga e estabilizar depois. Pior do que não subir é subir e voltar logo a descer”, salienta.
“Desportivamente, o Sporting não é o melhor adversário. No entanto, não vamos entrar como perdedores. A Taça de Portugal é uma festa por si só”, afirma ainda Armando Marques.