O turismo está em crescimento e a procura pelos locais património da Unesco, pelas praias do Oeste ou a curiosidade levantada por Fátima e pela vida cultural e entretenimento fora da “cidade-santuário”, fazem com que os promotores hoteleiros estejam a considerar cidades da região, como Leiria, Porto de Mós ou Caldas da Rainha, para instalar unidades de três, quatro e cinco estrelas.
Na semana passada, em Leiria, foi anunciado mais um hotel de quatro estrelas, mas há um grande número de camas previstas ou já praticamente concluídas só neste concelho. No distrito, também haverá mais novidades e grandes investimentos em breve.
Só o concelho de Leiria prepara-se para ter, pelo menos, quatro novos hotéis, dois dos quais de quatro estrelas. A oferta de alojamento escasseia e a aposta na captação de novas e interessantes franjas de turismo é um dos desígnios da autarquia.
Vários hotéis
Segundo o Município de Leiria, na zona do Barruivo, já muito adiantado, está um hotel de três estrelas, que irá disponibilizar 247 camas, enquanto um projecto para uma unidade classificada com quatro estrelas, irá nascer no Arrabalde da Ponte, com 224 camas. A construção deste hotel ainda não avançou devido à falta de autorização do proprietário de uma das parcelas envolventes. Nesse sentido, esta câmara aprovou, na última reunião, a suspensão do plano de pormenor local, de modo a desbloquear a situação.
Gonçalo Lopes considera que se trata de “um projecto considerado de grande importância para o desenvolvimento do sector do turismo no concelho” e que terá um centro de congressos, o que “faz com que seja muito relevante para o turismo de negócios”.
O presidente da câmara afirma que não é possível Leiria “continuar a ter a ambição de se tornar um destino turístico e não ter hotéis”. Dessa forma, adianta, a cidade pode ter muitos visitantes, mas nunca háde ter turistas.
“Esta é uma estratégia que defendo para Leiria, com a aposta que foi feita na cultura, na requalificação de espaços urbanos, na reabilitação do castelo e na Igreja da Misericórdia e tudo aquilo que é o casco do centro histórico.”
Segundo o autarca, “todo este investimento precisa de turistas” para haver, “não só mais hotelaria, mas mais distracção, mais comércio, a exemplo do que acontece noutras cidades” desta dimensão, que cresceram “por se terem tornado destinos turísticos”.
Em resposta ao JORNAL DE LEIRIA, a autarquia adianta que, para a mesma zona, na Avenida Adelino Amaro da Costa, está em análise uma nova unidade hoteleira também de quatro estrelas, que contempla 153 camas.
Hotel Lis
O Hotel Lis, a instalar junto à fonte das três bicas, conta com projecto de arquitectura aprovado e aguarda que sejam entregues elementos da especialidade para a obra de alteração e ampliação do actual edifício avançar. Esta unidade de quatro estrelas disponibilizará 140 camas. Com alvará de obras a pagamento está um hotel de três estrelas a concretizar-se no Vale do Areeiro, em Cova das Faias, com uma lotação para 84 camas, e na freguesia de Santa Catarina da Serra, mais oferta deverá estar disponível para breve. Além de um aldeamento turístico na Quinta do Salgueiro em construção, com capacidade para 96 camas, está também a ser equacionado um hotel de quatro estrelas para a zona.
O promotor desta unidade alterou o projecto e a autarquia aguarda a entrega dos documentos de especialidade. Para a Azoia, o município informa que foi emitido um alvará para um hotel de quatro estrelas com 18 camas.
O JORNAL DE LEIRIA sabe que têm chegado ao presidente da Câmara de Leiria manifestações de intenção para hotéis nas zonas dos Capuchos e Cruz da Areia.
Cinco estrelas nas Caldas
Em Caldas da Rainha, as fichas estão todas na aposta de um hotel de cinco estrelas nos antigos pavilhões termais do Parque D. Carlos I.
As obras do futuro Montebelo Bordallo Pinheiro, da responsabilidade do Grupo Visabeira, deveriam terminar no Verão deste ano, mas ainda não começaram. O atraso, explica o presidente da câmara, está ligado, primeiro à pandemia e, depois, às consequências no preço dos materiais.
Vítor Marques está convicto de que o orçamento inicial de 15 milhões será agora de cerca de 20, para criar os 100 quartos anunciados há três anos. O edil acredita que a abertura de um novo quadro comunitário de apoios poderá “encorajar o promotor” a concluir o processo.
“Não temos outras unidades hoteleiras a serem criadas no concelho, embora haja procura de terrenos e tenha havido manifestações de interesse, mas nada em concreto”, adianta o autarca, que sublinha o grande “crescimento de dormidas na região”, antes da Covid-19.