Os membros da pró-comissão de utentes de saúde do concelho de Alcobaça denunciam a falta de resposta que o Hospital de Alcobaça Bernardino de Oliveira (HABLO) tem falhado desde Setembro. Por isso, desafiam a população a participar numa concentração em frente ao hospital de Alcobaça, no próximo dia 28 de Dezembro, a partir das 11 horas.
Segundo uma carta que dizem ter sido enviada ao presidente do conselho de administração da Unidade Local de Saúde da Região de Leiria, a comissão revela que o HABLO “passou a estar quase a zero em termos de respostas hospitalares”.
“A maioria dos utentes que necessita de urgência tem de viajar para o hospital de Leiria. A partir das 16:30 horas deixa de ser possível realizar análises e muitas vezes não se pode fazer um raio-x. Ninguém é internado nas dez camas do rés-do-chão nem nas do bloco ou da medicina interna (que só têm alguns casos sociais)”, denunciam.
Os utentes apontam ainda a existência de muitas reclamações no atendimento dos médicos contratados. “Somos da opinião que deviam ser contratados a tempo inteiro, sendo insustentável uma coexistência laboral com médicos efectivos que recebem um terço do salário dos que são contratados por empresas”, reforçam.
Para os utentes, a última gota de água foi o “abandono do médico internista há poucos meses”, que gerou “uma grande incompreensão na população”.
“Naturalmente, os alcobacenses queixam-se ainda das viagens que têm de fazer para Leiria, mesmo os que têm maleitas mais ligeiras, e o mesmo se aplica para os familiares e amigos que vão às visitas. Falam dos quilómetros, das portagens e do estacionamento pago em Leiria, quando a deslocação não é até Coimbra”, lê-se na missiva a que o JORNAL DE LEIRIA teve acesso.
A pró-comissão de utentes de saúde do concelho de Alcobaça solicitou uma reunião ao conselho de administração, que diz não ter tido resposta até ao momento.
Os utentes reconhecem que a passagem da responsabilidade do HABLO do Hospital de Caldas da Rainha para o Centro Hospitalar de Leiria foi de evidente satisfação até ao Outono de 2024, enaltecendo os investimentos fundamentais na requalificação generalizada do HABLO e da criação 11 camas dos cuidados paliativos.