A comissão de utentes de saúde do concelho de Alcobaça promoveu, hoje, um protesto contra a falta de respostas no hospital local, reivindicando soluções para que os utentes deixem de ser obrigados a deslocar-se a Leiria. Em causa estão “um conjunto de questões que apoquentam” a população do concelho, do distrito de Leiria, denunciada no início de Dezembro pela comissão de utentes à administração do Centro Hospitalar de Leiria, onde se integra o Hospital Bernardino Lopes de Oliveira (HABLO).
Segundo a Lusa, a concentração, junto ao HABLO, teve como objectivo exigir “respostas de qualidade” e serviços “a funcionar todos os dias”, quer no hospital, quer nos centros de saúde. Em declarações à agência, o porta-voz da comissão, Rogério Raimundo, explicou que as queixas dos utentes se prendem com o facto de a partir da meia-noite o HABLO não ter “meios de diagnóstico como raio-X ou análises mais difíceis a funcionar”, obrigando os utentes a deslocar-se ao hospital de Leiria.
Segundo a comissão, no concelho de Alcobaça “não há uma única unidade de cuidados continuados”, levando a que os doentes que realizam operações de especialidades em Leiria “depois vão convalescer ou fazer a recuperação durante vários dias, ou às vezes um mês”, em unidades de saúde localizadas em concelhos como Batalha, Porto de Mós ou Pombal.
Rogério Raimundo fala ainda sobre “a falta de médicos de família” nas freguesias de S. Martinho do Porto e de Alfeizerão e a discordância em relação a obras de requalificação de centros de saúde ou à construção de novos. Como exemplo, o responsável apontou o caso do “centro de saúde de Alcobaça, com duas unidades de saúde [Pedro Inês e de Cister] que ia ser requalificado, mas que afinal vai ser demolido e reconstruído no mesmo local, o que não tem lógica nenhuma”. Além destas queixas, comunicadas à direcção da Unidade Local de Saúde de Leiria no início do mês, a comissão acrescenta agora o facto de, com a entrada em vigor do sistema de acesso às urgências através de contacto prévio com a Linha SNS24, “os utentes de Pataias e Martingança, que estão a sete quilómetros de Leiria, serem mandados para Alcobaça”, a 15 e 20 quilómetros de distância, respectivamente, onde “não têm meios de diagnóstico e são mandados para Leiria”.
Contactado pela Lusa, o conselho de administração da ULS da Região de Leiria informou no inicío do mês que o Serviço de Urgência Básica do HABLO “funciona 24 horas por dia” e que a disponibilidade de meios complementares de diagnóstico e terapêutica nas unidades laboratoriais de Pombal e Alcobaça tem “uma resposta 24 horas de disponibilidade de acordo com o legislado, através de equipamento de química seca com PCR, pH e gasometria, troponina”. “Entre as 08:30 e as 16:30 este serviço é acrescido de hemograma, coagulação INR, sumária de urina, com a presença física de uma técnica superior de análises”, acrescentou o conselho de administração, em resposta às criticas da comissão.
Quanto ao raio-X está disponível diariamente entre as 8 horas e a meia-noite, foi ainda indicado na resposta à Lusa.
O conselho de administração da ULS RL adiantou também ter deliberado a reabertura das camas da Unidade de Internamentos de Curta Duração (UICD), nos Hospitais de Alcobaça e de Pombal, a partir do dia 01 de Janeiro, medida que Rogério Raimundo afirmou que irá “ser adiada para Fevereiro”. Rogério Raimundo indicou também que foi agendada para 7 de Janeiro uma reunião entre a comissão e direcção da ULS.