Quem chegou ao campo Relva da Lagoa na manhã do último domingo não pôde deixar de ficar estupefacto com o que viu, com sacos e sacos de carne estavam espalhados pelo pelado. Parecia que um vira-lata tinha passado por ali, mas não.
O problema era outro, bem maior. As instalações da União Desportiva de Turquel foram invadidas por duas vezes nos últimos dias e, mais do que um rasto de destruição, foi deixada uma marca de “falta de civismo”.
O clube do concelho de Alcobaça, que movimenta uma centena de atletas, tinha no local uma arca congeladora cheia de carne de porco, oferecida por suinicultores locais para a alimentação das equipas sénior e júnior de futebol, que disputam as competições do Inatel e da Associação de Futebol de Leiria, respectivamente.
No entanto, durante as noites de quinta para sexta-feira e de sábado para domingo, a sede foi invadida com uma forte componente de maldade associada.
“Retiraram a carne da arca – estamos a falar de 100 kg – e andaram a espalhar os sacos pelo campo e locais adjacentes, bem como o pão e a sopa que tínhamos guardado”, lamentou o presidente da Direcção da União de Turquel.
Além do que tiraram, os suspeitos “deixaram a arca aberta, estragando tudo o que lá estava”. Também fizeram estragos num balneário e mandaram a roupa limpa que estava na lavandaria para o chão. Os prejuízos “rondam os 300 euros”.
“Tenho dado voltas a cabeça a tentar perceber o porquê, mas não encontro resposta”, lamenta Fábio Carreira, inconformado com o sucedido e preocupado com o dia de amanhã.
“Somos um clube humilde, não tratamos mal ninguém, nem excluímos ninguém da prática desportiva. Não vejo razão aparente para esta crueldade quando há pessoas a passar fome e ainda não sabemos o que nos espera. Uma coisa era ser retirada para alimentação, outra é ser usada simplesmente pela ignorância e estupidez motivada pela maldade.”