O capital do Grupo Vangest poderá vir a ser aberto a um investidor externo. Segundo foi possível apurar, as negociações estão em fase avançada e o acordo deverá estar firmado até final de Janeiro, mas os quadros da empresa já foram informados.
Questionado pelo JORNAL DE LEIRIA, Carlos Oliveira disse que “não está ainda tudo clarificado”, escusando-se por isso a adiantar pormenores ou a revelar o nome do investidor. O CEO frisou, contudo, que “não se trata de uma compra e venda”.
O empresário admite que já por várias vezes tinha sido abordado por investidores interessados no grupo, “mas sempre disse que não”. Desta vez, e por se tratar de um “investidor com capacidade para agregar valor”, a situação foi diferente. “Estamos a trabalhar num plano estratégico, há objectivos, que passam pela entrada de entidades que não estão no capital do grupo”.
A entrada de novos investidores prende-se com o crescimento que a Vangest tem registado. O grupo “tem muitos investimentos em curso, mas o endividamento é absolutamente zero”, esclarece Carlos Oliveira.
Por outro lado, cresceu este ano a dois dígitos, revela o empresário, admitindo que 2018 foi o “melhor ano de sempre”. “Mais do que crescer, temos necessidade de consolidar. Só que isso às vezes passa também pelo crescimento, que tem de ser diferenciador, e pela inovação”.
Com a sua génese em 1986, quando Carlos Oliveira criou a Moliporex, o grupo conta hoje com 270 pessoas e 12 empresas (além da holding). Actua em áreas que vão do design e desenvolvimento à engenharia e produção de moldes (a área de negócio com mais peso, com 72%) até à prototipagem e pequenas séries (14%).
Segundo dados disponíveis no seu site, 80% da sua produção destina-se à exportação, sobretudo para o mercado europeu. O cliente mais importante (63%) é a indústria automóvel, para a qual disponibiliza “um vasto leque de tecnologias adaptadas às crescentes solicitações de uma das mais competitivas e exigentes actividades económicas da actualidade”.
A aeronáutica tem vindo a ganhar “crescente importância”, pesando já 9% na actividade do grupo, que para lhe responder tem feito uma “aposta constante em novas tecnologias, metodologias e técnicas de produção”, adianta o site.
A entrada de investidores (sejam eles fundos de private equity ou outros) na indústria de moldes é uma tendência que tem tido particular expressão na região. Iniciou-se em meados de 2014, quando a Gestmin, detida pela família Champalimaud, comprou a então LN, na Maceira, que viria a dar lugar à actual GLN. Em Julho de 2016, esta comprou a Famolde.
Em Outubro do ano passado, a Atena Equity Partners (sediada em Lisboa) formalizou a compra da AFR, da E&T Plastics e da Tecnifreza, todas da Marinha Grande. E um mês depois ficou a saber-se que a espanhola Alantra tinha entrado no capital da holding da MD Moldes (de Leiria), onde passou a deter uma posição de 70%.