“São obras há muito ansiadas por todos nós”, sublinha Henrique Damásio, administrador-delegado da Associação de Regantes e Beneficiários do Vale do Lis.
Em causa, um investimento de 18 milhões de euros, financiado por fundos europeus e pelo Estado português. A intervenção arranca a 25 de Maio, no designado bloco do Boco ou bloco 1 do perímetro de Aproveitamento Hidroagrícola do Vale do Lis. Com prazo de execução de 14 meses, deverá estar concluída no final de 2022 ou início de 2023.
“As grandes obras” após a chamada Obra do Lis, executada nos anos 40 e 50 do século XX, “estão a acontecer agora” explica Henrique Damásio. Visam a reabilitação do regadio do Vale do Lis, a rede secundária de rega. O sistema original vai ser substituído por condutas em pressão.
“Grosso modo, aquilo que temos em casa. Abrir a torneira e sair água e contar quanto é que estamos a gastar, que é obrigatório, absolutamente”.
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Inaugurado em 1957, o Aproveitamento Hidroagrícola do Vale do Lis há muito ultrapassou o prazo para que foi projectado, de 50 anos. Zonas actualmente com acesso muitíssimo deficiente a rega vão passar a ter estabilidade no serviço e pressão suficiente, ao mesmo tempo que se espera poupança de água.
Por outro lado, segundo Henrique Damásio, “está já lançado para o bloco 2 e 3”, ou seja, junto à Carreira, conhecido como bloco das Salgadas, concurso público internacional. “Já concorreram as empresas, estão na fase de selecção de propostas, portanto, nós estimamos que mais ou menos em seis meses teremos obra a decorrer”, adianta ao JORNAL DE LEIRIA.
Quanto ao resto, que inclui redes de drenagem e de defesa dos campos, foi feita uma candidatura para a realização de estudos e projectos. “Para se estudar e projectar agora o que se há-de fazer nos outros locais, o que andará num prazo médio de 10 anos, até vermos depois as outras obras a serem executadas no resto do perímetro”, conclui o representante da Associação de Regantes e Beneficiários do Vale do Lis.
Entretanto, é considerada urgente a reabilitação e limpeza nas linhas periféricas ao Vale do Lis e no eixo principal, que é o rio, que funcionam como colectores, hoje sujeitos a maior pressão, por força do desenvolvimento urbanístico e do assoreamento.
“Os colectores de encosta não aguentam outro inverno sem intervenção”, avisa Henrique Damásio.