As cores, as formas e os aromas que se respiram na MGWax não deixaram indiferentes Ana Abrunhosa nem a comitiva que, na semana passada, acompanhou a visita da ministra da Coesão Territorial à fábrica de velas de cera da Marinha Grande.
A governante conheceu de perto a empresa familiar, que recentemente recebeu incentivos no âmbito do Programa de Apoio à Produção Nacional, e ficou satisfeita por perceber como tem investido na modernização de processos e tem ganho terreno no mercado internacional, com presença em diferentes latitudes, desde Estados Unidos e Canadá, passando por Inglaterra, Finlândia, Suécia, Alemanha e França, mas também pela Arábia Saudita, Austrália ou México.
O negócio familiar remonta aos anos 80, quando Estrela Ferreira e o marido, Fernando Ferreira, começaram [LER_MAIS]a comercializar artigos decorativos, de vidro e ferro, mais tarde complementados com velas, que também decoravam.
A vertente das velas ganhou expressão e, em 2001, era oficialmente constituída a MGWax, como empresa fabricante, detentora de marca própria com o mesmo nome.
Desde então o negócio tem-se expandido e ao casal juntaram-se os filhos, Vera e Guilherme Ferreira, que conferem novas dinâmicas à MGWax .
A empresa tem hoje capacidade para fabricar mensalmente mais de 200 mil velas e exporta 60% a 70% do que produz, para grupos de lojas e insígnias de luxo, sendo que o seu objectivo é aumentar as vendas da marca própria. No ano passado, registou um volume de negócios de 1,8 milhões de euros, aquém de 2021, que foi o melhor ano de sempre.
“Os nossos artigos não são bens de primeira necessidade e as famílias estão numa fase de contenção. Há também incerteza e instabilidade nos mercados devido à guerra na Ucrânia”, aponta Vera Ferreira.
Por oposição, durante o período de pandemia, com as pessoas a ficaram mais tempo em casa, houve aumento de consumo. A suspensão de entregas por parte da China também levou as cadeias de lojas a voltar-se mais para os fabricantes europeus, recorda a empresária. “O mercado tem flutuações e temos de nos reinventar”, constata.
Dar continuidade à modernização
A empresa diferencia-se, explica Vera Ferreira, “porque toda a produção está assente no cuidado e na personalização do produto”. Também pela flexibilidade, havendo “capacidade para desenvolver a ideia do cliente, seja em pequena ou grande escala”. Para o efeito, a MGWax emprega 25 pessoas, reforçando a equipa com colaboradores temporários sempre que há picos de encomendas. Presentemente, exemplifica Vera Ferreira, a equipa de 25 elementos já duplicou.
O objectivo da empresa é “aliar a qualidade inerente a um trabalho mais manual, encontrando processos intermédios que apoiem este trabalho manual, reduzindo problemas de produção. É apostar na melhoria dos processos produtivos”, referem Vera e Guilherme Ferreira.
Foi com o propósito de se modernizar, que a MGWax recorreu ao Programa de Apoio à Produção Nacional. Investiu cerca de 150 mil euros (metade dos quais comparticipados), que lhes permitiram adquirir novo equipamento, requalificar a cobertura da unidade e instalar painéis solares, contribuindo para a redução da sua factura energética. Posteriormente a empresa aderiu ainda ao projecto Bairro Solar da EDP, que lhes permite fornecer a rede e obter electricidade a preço mais competitivo.
O futuro, ambiciona a MGWax, passará por dar continuidade à modernização de instalações e de processos.